Oposição na RDC considera reeleição de Tshisekedi “novo golpe”
A oposição na República Democrática do Congo (RDC) considerou hoje que as eleições, cujos resultados, anunciados domingo, deram a vitória a Félix Tshisekedi, para um segundo mandato como Presidente, foram um “novo golpe” e garantiu que vai resistir.
Por: Redação
Segundo a agência de notícias Europa Press, o líder da oposição Martin Fayulu acusou, em declarações à Rádio Okapi, o presidente da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), Denis Kadima, de manipular os resultados e de “estar ao serviço de Félix Tshisekedi Tshilombo para lavar o opróbrio que o mancha desde 2018”.
“Não aceitamos este novo golpe e temos de resistir”, afirmou Fayulu.
De acordo com os resultados divulgados pelo CENI, Félix Tshisekedi foi reeleito para um segundo mandato de cinco anos, obtendo 73,34% dos votos, seguindo-se Moïse Katumbi, ex-governador de Katanga (18,08% dos votos), Martin Fayulu, líder da oposição (5,33% dos votos) e Adolphe Muzito (1,12%).
Os cerca de vinte outros candidatos, incluindo Denis Mukwege, vencedor do Prémio Nobel da Paz, não alcançaram o 1% dos votos.
O partido da oposição Juntos pela República, do candidato Moise Katumbi, também rejeitou as eleições através do seu porta-voz, Hervé Diakiese, em entrevista ao mesmo órgão de comunicação social.
“Com toda a responsabilidade, só podemos apelar à mobilização do nosso povo. Nenhum de nós aceitaria confiar o seu filho aos cuidados de um indivíduo que se apresenta como médico se essa pessoa tivesse feito batota na escola e não tivesse obtido o seu diploma de medicina”, afirmou aquele responsável.
A República Democrática do Congo, um país rico em recursos naturais e do tamanho da Europa Ocidental, e que faz fronteira com Angola, tem mais de 100 milhões de habitantes e 44 milhões de eleitores foram chamados a votar no passado dia 20 de Dezembro em eleições presidenciais, legislativas, regionais e locais.
No entanto, em muitas assembleias de voto não foi possível votar no dia das eleições devido à falta de cadernos eleitorais, a máquinas de voto avariadas ou a outros problemas, o que obrigou a prolongar a votação durante vários dias, num processo que foi contestado pela oposição.