DIRIGENTES NA OPOSIÇÃO: HAJA CORAGEM, HONESTIDADE INTELECTUAL E PATRIOTISMO
Ha tempos dissemos que entre Angola e Moçambique não há SIMILITUDES porque achamos serem arenas completamente diferentes para a execução de teoria e práticas políticas. Tudo vem a propósito do decurso das manifestações pôs eleitorais naquele país irmão do oceano indico onde o líder da oposição reclama a Vitória nas ruas porque, segundo ele, ganhou contra a FRELIMO e seu Candidato, Chapo. Ele, Mondlane foi injustiçado, diz.
Por: T/Coronel Vatulembua. Oficial na Reforma a partir das terras Planalticas do Huambo.
Por esta razão a população tem obedecido os seus apelos para exigir a publicação dos resultados do dia 09 de Outubro através das actas. .A prática usada pela CNE de Moçambique deve ter sido importada da CNE de Angola que sempre usou actas da casa Militar do Presidente da República às actas das mesas de voto.
Mondlane e o PODEMOS que o apoiou estão organizados, unidos e agem como um só corpo com uma só cabeça tanto na campanha, no dia da votação e no momento de reivindicação. Isto é que os lideres(?)na oposição em Angola devem estudar apenas.
As manifestações na cidade de Maputo produziram vítimas mortais, danos materiais avultados enfim. O ambiente continua tenso com o candidato Mondlane a não desarmar. Moçambique está em revolução. Felizmente não é luta armada, o que agravaria mais a situação num país já assolado com clima de terror em Cabo Delgado.
Ouço muita gente dizer que todos os regimes ditatoriais devem ser varridos, este é o termo, por esta via, do planeta, especialmente de África incluindo o JLO de Angola.
Chamo atenção para o “espírito crítico e seletivo” quando se quer usar a experiência dos outros povos. Os dirigentes na oposição angolana felicitaram o Sr. Venâncio Mondlane. Nada mal, até aí.
Vamos analisar o povo moçambicano relativamente ao de Angola quanto a resiliência, ao espírito reivindicativo.
O povo de Moçambique por causa da proximidade e convivência com o povo da África do Sul, país de Mandela que tem operários a partir do século XVIII e por via disso vem a encetar lutas reivindicativas contra o apartheid há muito tempo. Está temperado nas lutas pacíficas e muitas vezes violentas contra o regime segregacionista. O povo vizinho de Moçambique ganhou coragem e segue o exemplo, até porque muitos moçambicanos são trabalhadores das minas sul africanas. Isso deixa-nos para trás quanto a coragem de entre os povos lusófonos.
Em Angola só foi em 2011 que surgiu o movimento revolucionário que têm levado jovens para as ruas e ainda timidamente.
Quanto aos politicos destes Angolanos, são poucos e contados aos dedos que enfrentaram as brigadas caninas da polícia, os canhões de água quente, os porretes da política, gaz lacrimogêneo, etc etc. Temos dois únicos exemplos: O Dr. Isaías Samakuva e o Dr. Filomeno Vieira Lopes. Estes sim, sobretudo o Dr. Samakuva liderou ele próprio marchas pacíficas. Numa destas manifestações de que o Dr. Samakuva saiu ferido, uma senhora da OMA no bairro popular socorreu-o com um bidon de 20 litros de água para lavar a cara e dar também ao pessoal que o acompanhou na fuga à perseguição da PIR (Polícia de Intervenção Rápida). Voltemos para o assunto chave deste artigo, a revolução(?) em curso nas terras de Ngungunhana.
Estamos todos de acordo que se acabe com a ditadura mas partamos com coragem desde as nossas organizações ou os instrumentos que temos contra aqueles a quem caracterizaria de ditadores. Tenham, Srs dirigentes, a coragem e aqui dizemos a direcção da UNITA, para não insistir em indicar com um dedo para frente esquecendo os três virados contra nós próprios.
Os políticos na oposição não são mais que oportunistas ou sofistas que enganam o povo com um discurso perseguindo interesses pessoais. Vejam o exemplo recente do Dr. abel Chivukuvuku, o homem que carregou térmica de dinheiro da residência do empresário da juventude do MPLA segundo se diz que serviu-se de tudo que dá a vida politica na UNITA para legalizar o seu PRA-JÁ, não poupando esforços para participar dos almoços de compromissos que o catapultaram de imediato para o Conselho da República. Os seus seguidores não querem abandonar o grupo parlamentar da UNITA para não perderem a bufunfa da Assembleia Nacional. Mas isso é tambem temporário. Fingirão continuar na lista da UNITA até o fim do mandato. Depois disso irão ao encontro do chefe Chivas.
Nos anos 2008 líderes da oposição fingiram formar uma frente com a UNITA. A menos de 5 meses das eleições, os lideres dessas formações politicas evaporaram. Enfim poderiamos trazer aqui outros exemplos para concluirmos que Angola não é Moçambique. Uma coisa bem diferente é a capacidade de conduzir uma luta armada que a UNITA acumulou ao longo de dezenas de anos e faz parte do passado e outra coisa bem diferente é o combate aproximado ou simplesmente luta política.
A luta é de ideias como o mv Samakuva conduziu o partido unindo todas as franjas, da cidade, das matas e da missão externa e também fazendo da causa da UNITA a causa do povo. Hoje a população compreendeu não só a causa da luta da UNITA como quem é o inimigo do povo. Foi com o exército de quadros da UNITA e das massas unidos em torno do mesmo pensamento que o povo amadureceu politicamente. Este vínculo foi rompido pel’ actual liderança. E hoje em que estamos na UNITA?
Rasgaram a definição da União e instituíram grupos da UNITA. Os acejotistas, os savimbistas/ samakuvistas/ Quinta coluna/ rendidos ao regime, etc etc. A UNITA deixou de ser União Nacional para Independência Total de Angola. Voltaram para a definição errada de serem eles os únicos do Bailundo fazendo-nos lembrar a redefinição que o MPLA fez a constituição de 1975. Com o apoio de armas e soldados estrangeiros o MPLA redefiniu o conteúdo reclamando para si o lugar do único representante do povo. Vejam o gravíssimo erro em que a UNITA caiu? Foram necessários três anos para as mulheres corrigirem o ambiente e o conceito na UNITA.
Preferiram misturar-se com gente duvidosa, infiltrada, esses Franciscos, Raus etc e os traidores oficiais na UNITA. É com essa gente que pensam seguir o exemplo de Mondlane?
Meus caros correligionários, a revolução não se experimenta. Os outros nas terras do Índico têm exemplos avançados de lutas reivindicativas e sobretudo de unidade. A experiência das lutas das ruas em África até hoje não produziram governos estáveis por falta de organização e sobretudo de falta de definição de objectivos.
A revolução em Moçambique deve chamar a razão o Partido que já foi o orgulho em África na luta contra o hegemonismo russo no continente e no mundo daí o respeito dos americanos apesar de, terminada a guerra fria, terem traído o Dr. Savimbi. Os conselheiros precisam-se hoje para o Partido reaver a sua essência. O Partido dividido como está corre o risco de ser superado pelo PRA-JÁ. Não foi nada disso que o Velho JONAS ensinou aos quadros. Coligação ou Frente Unida tem princípios, tem regras. Não para tornar o Partido forte igual aos fracos como é obra da FPU.
Não tenhais complexo maninhos.
Podemos lá chegar sem recurso a experiência de Moçambique pois nós sozinhos somos muito fortes. Não aceitemos a teoria de coligação do Botswana. Ela está alicerçada numa base politicamente segura, com um candidato patriota. Então companheiros analisadas as situações dos irmãos em África resta -nos dizer que não choremos pelo leite derramado. Temos tudo ao nosso favor. Recuperemos a nossa imagem e estrutura porque podemos.
QUE SE REALIZE O QUE É ESSENCIAL NA VIDA E QUE SE SEJA FIEL AO QUE É PERMANENTE NA HISTÓRIA.
DR. SAVIMBI.
VIVA A UNITA,
A UNIDADE NACIONAL É O NOSSO OBJETIVO ESTRATÉGICO.