Presidente do PRS desafia o Estado angolano a investigar proveniência dos engenhos explosivos apresentados pelo SIC

O presidente do partido de Renovação Social (PRS), Benedito Daniel, desafiou no último fim-de-semana, em Luanda, o Estado Angolano, a investigar, com detalhes, a origem das 60 toneladas de engenhos explosivos apreendidas e apresentadas no último sábado, 25 de Janeiro, pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC).
Por: Albino Azer
O presidente dos Renovadores sociais que falava a margem de uma missa de entronização do Arcebispo da igreja Anglicana de Moçambique em Angola neste domingo, 26 de Janeiro de 2025, disse não acreditar que haja, em Angola, cidadão que queira levantar clima de guerra, após o período de 30 anos em que os angolanos perderam os seus parentes.
“Na condição de angola que viveu 30 anos de guerra civil eu não gostaria de ouvir informações desta natureza porque não acredito que acredito haja angolanos que tenha mais consciência de trazer a guerra para o país.
Daniel acrescentou que se tais angolanos existirem, é sinal de que estão errados e que querem servir aos estrangeiros e não aos seus irmãos genuínos. Podemos ter o sofrimento que temos, podemos ter os problemas que temos, devemos procurar soluções pacíficas as mais pacíficas possíveis”, disse.
Benedito Daniel manifestou preocupação com a segurança do país, e exortou o Estado Angolano a investigar a origem do material bélico apresentado pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC). “O que não pude compreender é o facto de o SIC não ter especificado a ligação da referida rede “angolana” a uma esfera terrorista estrangeira. A ser verdade, eu diria que a nossa segurança está fragilizada, é necessário que o Estado reveja a segurança do país. Ou os engenhos explosivos estão a sair dentro dos quadros das nossas forças de defesa ou existe um canal de passagem estrangeira. Isso deve ser investigado para se determinar a origem deste material”, exortou Benedito Daniel.
Recorde-se que o Serviço de Investigação Criminal (SIC), desmantelou, recentemente, um plano terrorista que incluía a explosão da refinaria de Luanda e um atentado ao Palácio Presidencial.
As autoridades indicam que o objectivo do grupo era comprometer a visita do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a Angola. As investigações estão em curso para identificar os responsáveis.
Segundo Manuel Halaiwa, a operação, que envolveu meses de monitorização e investigação, evitou ataques de grande magnitude que tinham como alvo instituições estratégicas do país, incluindo a Presidência da República, a Refinaria de Luanda e a Embaixada dos Estados Unidos.
A organização que surgiu em 2017, na província do Huambo, tinha como objectivo derrubar o Governo angolano e instaurar um novo regime.
Segundo as autoridades, o líder mantinha ligações com figuras internacionais, incluindo membros da Presidência do Burkina Faso, onde terá buscado apoio para treinar combatentes.
Entre os detidos estão Domingos Gabriel Moegalha, Crescenciano Capamba e Adelino Camulombo Bacia, este último agente da Polícia Nacional. Também faz parte do grupo Pedro João da Cunha, funcionário do Ministério da Justiça, acusado de falsificação de documentos para facilitar as operações da organização.