Sindicato dos médicos promete novas manifestações caso os profissionais expulsos pelo Ministério da Saúde não sejam reenquadrados

O Sindicato Nacional dos Médicos Angolanos (SNMA), lamentou neste sabado, a expulsão dos três médicos e dois enfermeiros pelo Ministério da Saúde, e avisa ao gabinete da Silvia Lutukuta que, caso não readmitirem os profissionais, serão “adotadas novas formas de lutas” (manifestações).
Por: Katchikume
Em conferencia de imprensa adaptada, por serem impedidos de terem acesso ao auditório do Memorial António Agostinho Neto (MAAN), por alegada “ordens superiores”, o Presidente do Sindicato Nacional dos Médicos Angolanos, Adriano Manuel, descartou a responsabilidade por uma suposta negligência médica que levou a morte de um menor de dois anos aos profissionais da saúde que trabalharam naquele dia. Adriano Manuel disse que os visados não tiveram contacto com o paciente.
Os profissionais visados não tiveram contacto com o referido paciente porque a chefe de equipa (demitida), os restantes médicos residentes e os enfermeiros estavam a atender pacientes graves nas enfermarias, considerando que a decisão do seu afastamento “foi diabólica”.
O presidente do SNMA prometeu avançar para uma série de manifestações nacionais e uma greve geral nos próximos dias, até que os profissionais afastados sejam readmitidos, salientando que a unidade hospitalar conta com poucos funcionários para atender à procura.
“A chefe da equipa médica estava a ver outros doentes graves na enfermaria, não viu o doente, os dois rondas [enfermeiros] estavam nas duas alas de internamento, cada com mais de 100 doentes, e não viram o paciente [no banco de urgência]”, referiu.
O médico pediatra assegurou que os profissionais do Hospital Pediátrico de Luanda “solidários” com os colegas afastados devem avançar com uma ação judicial contra o Inspetor-Geral da Saúde, porque “ele agiu de má-fé e de forma diabólica para preservar o seu cargo”. “Foi uma atitude diabólica, tudo porque ele quer preservar o seu cargo, ficou claro aí que ele quer preservar o seu cargo e nós não podemos ficar parados”, declarou.
Segundo os resultados do inquérito do Ministério da Saúde, apresentados na quarta-feira, foram verificados “atos de negligência graves” e “negação frontal” dos valores éticos por parte da equipa médica e que terão contribuído para a morte do menor de dois anos, cujo pai, na ocasião, gravou um vídeo clamando por ajuda na urgência daquele hospital.