Angola celebra 23 anos de paz: UNITA diz que país vive crise política caracterizada pelo retrocesso dos indicadores do Estado Democrático de Direito

Numa mensagem dirigida aos angolanos por ocasião do dia da Paz (4/Abril) e da Reconciliação Nacional, a UNITA, maior partido na oposição, disse, esta quinta-feira, 3 de Abril, que desde o alcance da paz, há vinte e três anos, os angolanos continuam a viver uma “grave” crise política, económica, social, do Direito e da Justiça.
Por: Redação
O maior partido na oposição angolana disse que a crise política que se instalou no país é caracterizada pelo retrocesso dos indicadores do Estado Democrático de Direito, perseguição e demonização de adversários políticos e negação à igualdade de tratamento por parte das entidades que exercem o poder público.
A UNITA, considera, igualmente haver, em tempo de Paz, negação ao direito de tratamento imparcial da imprensa pública e negação do exercício do direito de oposição democrática.
“O Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA considera ser injustiça, vilipendio e torpedear a história do nosso País, o contínuo não reconhecimento da contribuição patriótica de Álvaro Holden Roberto e Jonas Malheiro Savimbi, ao lado de António Agostinho Neto, como os pais da Independência e a permanente exclusão no reconhecimento pelo Estado do contributo prestado ao País por milhares de patriotas e nacionalistas”, lê-se no comunicado.
Entretanto, a UNITA exorta os angolano a continuar a luta pelos seus direitos políticos, sociais, económicos e culturais, plasmados na Constituição da República de Angola, pela defesa e preservação da Paz.
Lembrar que a assinatura do Memorando de Entendimento Complementar do Luena, em Luanda, há 4 de Abril de 2002, marcou, o culminar de um longo percurso em busca da Paz e Reconciliação Nacional iniciado no período antes da proclamação da Independência de Angola, com as cimeiras de Kinshasa entre a UNITA e a FNLA, do Luena (Luso) entre a UNITA e o MPLA, de Mombaça e Nakuru entre a FNLA, MPLA e UNITA e, posteriormente, os acordos de Bicesse, entre o Governo da então República Popular de Angola e a UNITA