Joseph Kabila anuncia o seu regresso à RDC

O ex-Presidente congolês, Joseph Kabila, quebrou o silêncio após vários anos, anunciando regresso iminente ao país.
Num comunicado enviado à RFI, Kabila explicou que está a regressar devido à situação “fora de controlo” do país – citando o agravamento dos problemas de segurança e o colapso das instituições nacionais.
Embora nenhuma data exacta tenha sido dada, fontes próximas a Kabila sugerem que ele pode chegar nos próximos dias pela região leste, que ele descreve como “perigo crítico”. Kabila mora na África do Sul há um ano, e trabalha numa tese sobre as relações do Congo com a China. No entanto, parece que o projecto está parado. O retorno de Kabila também coincide com as actividades políticas do seu partido, o PPRD, que recentemente rejeitou o apelo do Presidente Félix Tshisekedi por negociações para a formação de um Governo de unidade nacional.
Este anúncio foi feito no dia em que foi comunicado que três norte-americanos condenados pela tentativa falhada de golpe de Estado na República Democrática do Congo (RDC) em 2024 estão agora sob custódia dos EUA, depois de as penas de morte a que foram condenados terem sido comutadas em prisão perpétua. A comutação das penas pela alegada tentativa de golpe, em Maio de 2024, foi feita pelo Presidente democrático-congolês, Felix Tshisekedi.
De acordo com uma fonte oficial citada pelos meios de comunicação social locais, os cidadãos norte-americanos vão cumprir as suas penas, que incluem trabalhos forçados, nos EUA. Em 2 de Abril, a porta-voz de Tshisekedi, Tina Salama, comunicou a concessão de uma “medida individual de clemência” a Marcel Malanga, de 20 anos.
Chuvas já mataram 310 pessoas este ano
Pelo menos 310 pessoas morreram, 1.255 ficaram feridas e quase 1, 9 milhões foram afectadas desde o início da presente época chuvosa com a ocorrência de três ciclones em Moçambique, anunciou ontem o Governo.
“Nesta época chuvosa em termos cumulativos, temos a destacar que foram afectadas 1.838.235 pessoas, sendo de lamentar o óbito de 310 e de 1.255 pessoas feridas, entre outros danos materiais avultados”, disse o porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa, em declarações à imprensa no fim da reunião semanal daquele órgão, em Maputo.
Moçambique está em plena época chuvosa, que decorre entre Outubro e Abril, período em que, além do Chido, que atingiu o país em 14 de Dezembro, registou ainda os ciclones Dikeledi, em 13 de Janeiro, e Jude, em 10 de Março, totalizando estes três cerca de 170 mortos. O ciclone Jude, o mais recente a afectar o país, entrou em Moçambique através do distrito de Mossuril, tendo feito, pelo menos, 43 mortes, dos quais 41 em Nampula, afectando ainda Tete, Manica e Zambézia, no Centro, e Niassa e Cabo Delgado, no Norte.
A última actualização do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) apontava para, pelo menos, 384.877 afectados. As Nações Unidas prometeram em 27 de Março defender junto do Governo moçambicano a inclusão do financiamento às tecnologias geoespaciais através do Orçamento do Estado, por serem importantes para reduzir impactos dos desastres naturais.
“Podemos fazer uma advocacia para os Estados-membros das Nações Unidas investirem nestas tecnologias geoespaciais, temos de continuar a elevar este assunto no nível político para que o Governo moçambicano se comprometa a financiar através do Orçamento do Estado”, disse a coordenadora residente das Nações Unidas em Moçambique, Catherine Sozi. Moçambique é considerado um dos países mais severamente afectados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, mas também períodos prolongados de seca severa.