CNE: UNITA considera tomada de posse de Manico como acto de branqueamento de imagem

O Deputado a Assembleia Nacional pela bancada Parlamentar da UNITA, Franco Marcolino Nhany, afirmou, na sessão da última quarta-feira, que a tomada de posse de Manuel da Silva ‘Manico’ como como presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), serve como forma de branquear a imagem daquele juiz. No entender do deputado do maior partido na oposição em Angola, para que as eleições de 2027 sejam uma garantia da confiança no processo e nos eleitos, é necessário que sejam livres de qualquer suspeita, quer nos procedimentos, quer na qualidade dos sujeitos chamados a manifestar a vontade de um Estado Democrático de Direito.
Por: Redação PI
Ao dirigir-se ao 1° Vice-presidente da Assembleia Nacional, Americano António Cuononoca, o Deputado afecto ao maior partido na oposição que contesta a tomada de posse de Manuel Pereira da Silva “Manico” à presidência da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), tendo lembrado que os atributos que caracterizam uma eleição como democrática garantem-se anos antes do acto eleitoral, especialmente na fase de concepção das normas que orientam o processo e na fase do planeamento da organização do pleito eleitoral.
“O momento é de reflexão e acção. Temos de nos unir. É um imperativo existencial que mudemos de atitude e aprendamos a trabalhar juntos. Podemos e devemos transformar esta questão da CNE num factor de unidade e de convergência nacional”, lembrou.
Para Franco Marcolino Nhany, “as eleições constituem o momento ímpar em que o cidadão exerce o seu poder real na escolha dos seus representantes que no período seguinte ao pleito tomarão decisões que visam o seu bem-estar em toda a dimensão humana.
Aquele representante do povo angolano, na casa das leis, referiu ainda que “se há sempre contestações é porque alguma coisa não vai bem. Todos os Partidos reclamam, menos um. Todos os Partidos sentem-se prejudicados pela CNE, menos um. Todos reclamam da recepção da cópia das actas, menos um. Todos reclamam da imparcialidade dos organizadores da eleição, do acesso livre e igual dos concorrentes à comunicação social do Estado, menos um. Todos reclamam do tratamento igual que as autoridades públicas devem conferir aos concorrentes à eleição, menos um. Todos reclamam da lisura e da transparência dos actos da CNE, menos um”!”
Franco Marcolino Nhany disse, no entanto, que “se quisermos ser mesmo francos, iremos concordar que a tomada de posse do Manuel Pereira da Silva “Manico” na Assembleia Nacional, não teve por finalidade apenas conferir eficácia a uma decisão de um outro órgão. O acto de tomada de posse em si, perante a Senhora Presidente da Assembleia Nacional, visou também conferir à sua designação a percepção falsa de legitimidade e emprestar à sua pessoa uma imagem de idoneidade e integridade. O que se fez aqui nesta casa foi um acto de branqueamento de imagem”, referiu.