Eva Rap Diva eleita deputada da Assembleia da República em Portugal

A artista luso-angolana do estilo musical Rap, Eva Marize Cruzeiro Alexandre, conhecida por EvaRap Diva ou Rainha Ginga do Rap, foi este domingo eleita deputada à Assembleia da República, em Portugal, pelo Partido Socialista (PS).
Foi a oitava na lista de Deputados da formação política Partido Socialista, que conseguiu 58 acentos parlamentares, naquele que acaba de tornar-se no segundo partido mais votado nas legislativas deste domingo, em Portugal, numa altura em que estão descurtinados 99% dos votos.
O partido AD obteve maioria absoluta no parlamento português, ao ocupar 89 dos 230 assentos do parlamento, com um total de 1.951.792 votos, perfazendo 32,72% dos escrutinados.
Já o PS, segundo maior partido nestas eleições, obteve 1.394.491 votos, equivalendo a 23,38%, resultando na eleição de 28 deputados.
Em terceiro lugar vem o Chega, com 1.345.575 votos ganhos, igualando o PS em número de acentos parlamentares. Em termos de percentagem, o Chega obteve 22,56%.
Formada em Ciência Política e também em Marketing, a jovem de 36 anos de idade, é uma activista que deu entrada no mundo político com as suas músicas que criticam a sociedade e as suas injustiças, e cimenta agora a suas lutas pela igualdade ao entrar na política activa pelo circulo de Lisboa do PS.
É radialista, trabalhando como locutora, actividades que vinha conciliando com a música. Nascida em Portugal, a 7 de Outubro de 1988, Eva cresceu na Arrentela, concelho do Seixal, onde começou a ouvir rap com apenas 8 anos. Na adolescência, mudou-se para a Amadora, onde entrou em contacto com o universo do freestyle e dos MCs locais, iniciando os primeiros passos no hip hop.
Em 2009, mudou-se para o Lobito, Angola, e, dois anos depois, para Luanda, onde lançou o seu álbum de estreia, A Rainha do Ginga Rap, título que lhe valeu o reconhecimento como Melhor Rapper Angolana nos Angola Hip Hop Awards.
Ao longo da última década, Eva destacou-se como uma das vozes femininas mais relevantes do rap lusófono, aliando a arte ao activismo social e político. As suas letras abordam temas como a igualdade de género, direitos humanos, e a realidade sociopolítica de Angola e da diáspora africana.
Em 2017, venceu três prémios nos Angola Hip Hop Awards, incluindo Melhor Música do Ano (Um Assobio Meu), Melhor Verso e Melhor Rapper Feminina do Ano. No mesmo ano, arrecadou também os galardões de Melhor Colaboração e Melhor Vídeo com o tema Final Feliz. Em 2018, foi distinguida com o Prémio de Artista do Ano, e, em 2019, tornou-se a única artista angolana nomeada para os AFRIMA – All African Muzik Magazine Awards.