Analista político considera “vergonhoso” o discurso do presidente da UA na Assembleia Geral da ONU

O Presidente em exercício da União Africana (UA) João Lourenço trabalhou nos últimos dias em Nova Iorque, Estados Unidos da América (EUA), no quadro da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Analista diz que “temos um presidente que olha mais para fora que para dentro”.


Por: Albino Azer

O Presidente João Lourenço que se destacou como líder em exercício da União Africana participou de um conjunto de reuniões e conferências sobre temáticas diversas, desde o desenvolvimento à paz, segurança energética e alimentar, com o ponto mais alto quando falou ao mundo a partir da tribuna da Organização das Nações Unidas (ONU), no primeiro dia do debate geral.

Em entrevista ao Primeiro Impacto, o analista político Pedro Kaiala diz que os angolanos “apadrinham” uma grande “vergonha” pelo facto de o presidente João Lourenço ter ido a ONU para discutir algo que ele próprio não consegue resolver em África.

“Eu considero negativo o discurso do presidente. Temos que olhar na perspectiva evolutiva e, João Lourenço até ao seu segundo mandato não evoluiu absolutamente nada naquilo que é a retórica de transmitir ao continente aquilo que deveria ter transmitido”, declarou.

Kaiala diz que como presidente em exercício da UA, João Lourenço tem sido incapaz de acabar com a guerra na República Democrática do Congo (RDC), um conflito que, de resto, tem ceifado vidas de milhões de pessoas. Ainda o facto de não ter conseguido reunir com o Capitão Ibrahin Traoré (Burkina Faso) com justificação de que terá chegado ao poder com força militarizada. O analista considerou também fracassada a missão do líder da UA por não congregar o Níger e Mali que estão em divergências contra as suas colónias.

“Temos um presidente que olha mais para fora que para dentro” isso não pode nos orgulhar. O presidente seria o primeiro pacificador dos africanos e depois apelasse o mundo”, disse.

Para o analista, é também “vergonhoso” que a ONU complete 80 anos de baixo do conflito no médio oriente. Um conflito que é, no seu entender, considerado de genocídio a nível do mundo — “Israel está cometer um genocídio contra o Hamas”.

“Uma outra questão muito simples que poderíamos olhar nestas comemorações dos 80 anos da ONU é o facto de nenhum líder africano como europeu, perguntar aos presidentes de Moçambique “Daniel Chapo e de Angola “João Lourenço”, como chegaram ao poder — seria importante saber-se como chegaram ao poder, são ditatoriais que estão a governar os países com braços de ferro”, disse.

Lembromos que a Organização das Nações Unidas (ONU) assinalou este ano as oito décadas da sua fundação.

O Presidente da República, João Lourenço, regressou ao país na quinta-feira, 25 de Setembro, depois de trabalhar nestes últimos dias em Nova Iorque no quadro da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas.

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