Presidente do CIDADANIA perspectiva “ano de 2026, como difícil e de grandes desafios” para as famílias angolanas
O presidente do partido CIDADANIA, Júlio Bessa, dirigiu-se esta segunda-feira, 22 de dezembro de 2025, à nação numa “mensagem de fim de ano” marcada pelo realismo económico e pela apresentação de uma visão estratégica a longo prazo.
Por: Albino Azer
Num balanço ao ano de 2025, que coincidiu com o 50.º aniversário da Independência Nacional, o líder partidário Júlio Bessa classificou o período como “muito difícil” para as famílias angolanas.
O político apontou o agravamento generalizado do custo de vida com destaque para a subida dos preços da cesta básica, propinas, transportes e medicamentos como o principal factor da perda do poder de compra dos cidadãos.
Bessa recordou que, após a Convenção Nacional em Março último, o partido obteve a anotação do Tribunal Constitucional (TC) em Julho, culminando com a publicação dos seus estatutos em Diário da República no passado mês de Novembro.
“Iniciamos um movimento de cidadãos para construirmos um país novo”, afirmou o presidente do CIDADANIA, sublinhando que o partido está agora em condições jurídicas de iniciar, em 2026, a sua implantação física em todas as províncias do país.
Um dos pontos centrais da comunicação do também economista foi o anúncio do plano “ANGOLA 2075 – O Sonho Angolano”.
Trata-se de um Plano de Desenvolvimento de Longo Prazo que visa, segundo Júlio Bessa, “sarar definitivamente as feridas do passado” e substituir o actual modelo de “partidocracia” por um verdadeiro Estado de cidadãos.
O líder político defendeu que o país necessita de mudanças estruturais profundas e de um programa de governação focado nas necessidades reais, criticando a actual alocação de receitas fiscais para o pagamento da dívida e para “projectos faraónicos” em detrimento de sectores vitais como a saúde, educação e segurança alimentar.
Para o ano que se avizinha, Júlio Bessa antevê que 2026 continuará a ser um ano de dificuldades económicas, prevendo que a produção nacional não cresça o suficiente para baixar os preços da cesta básica e que o desemprego, especialmente entre os jovens, continue a ser um desafio crítico.
Num gesto de proximidade com a realidade das famílias, Bessa deixou um conselho pragmático:
“Os que puderem poupar alguma coisa, por favor, poupem. Os primeiros dois meses do ano são os meses da fome”. O político apelou à moderação no consumo de álcool e gastos supérfluos durante as festividades de transição de ano.
