Angola ajuda crescimento da MCA no mundo. “Energias limpas”
O grupo MCA desenvolveu o maior parque solar da África Subsariana, na comuna do Biópio, no município da Catumbela, a norte da província de Benguela, e afirmou-se como “uma referência em projetos de eletrificação”, com uma carteira de encomendas que inclui um projeto de eletrificação rural orçado em mais de mil milhões de euros.
Por: Redação
“O percurso da MCA em Angola tem evoluído significativamente. Dos primeiros projetos orientados para a construção de infraestruturas, passamos para um compromisso mais profundo com a sustentabilidade e com a transição energética, muito em linha com os objetivos do Governo angolano de diversificar a sua matriz energética com fontes de geração limpa”, diz ao Jornal Económico (JE) Elisabete Alves, administradora responsável pelas operações (COO) de infraestruturas internacionais do grupo.
A central fotovoltaica do Biópio, com uma potência instalada de 188,8 megawatts, foi inaugurada em julho de 2022 pelo Presidente da República de Angola, João Lourenço, e foi visitada pelo primeiro-ministro português, Luís Montenegro, na visita oficial ao país, na semanada passada.
“Este parque, por si só, garante acesso a energia a mais de 1,2 milhões de pessoas e resultou de uma enorme operação logística que envolveu a colocação de mais de 500 mil painéis solares fotovoltaicos numa área de cerca de 375 hectares, o equivalente a 500 campos de futebol, com o contributo de mais de mil trabalhadores”, diz Elisabete Alves. “Tudo isto apenas foi possível pelo profundo conhecimento que a MCA tem do mercado angolano”, sublinha.
A central fotovoltaica do Biópio é uma das sete que compõem a totalidade do projeto previsto para as províncias de Benguela (Biópio e Baía Farta), Huambo (Bailundo), Bié (Cuito), Lunda-Norte (Lucapa), Lunda-Sul (Saurimo) e Moxico (Luena) e que prevê uma capacidade instalada de 370 megawatts, que abastecerão 2,4 milhões de pessoas, sobretudo em áreas com carências de infraestruturas de acesso à rede pública de eletricidade.
Todo o projeto é desenvolvido pela MCA, em consórcio com os norte-americanos da Sun Africa, e está orçado em 523 milhões de euros. Implica a instalação de um milhão de painéis solares.
“É com enorme entusiasmo que a MCA se mobiliza em torno destes projetos que, não só, demonstraram o reconhecimento da nossa experiência neste setor, como também ajudam a moldar um futuro mais sustentável e capacitado para as comunidades deste país”, diz Elisabete Alves.
Mil milhões em desenvolvimento
Além deste projeto de parque solares, a MCA tem outros em preparação. “Temos um pipeline muito exigente de projetos para os próximos anos, maioritariamente nas áreas das energias e infraestruturas”, garante a COO do grupo para as infraestruturas internacionais.
O grupo está já no terreno a desenvolver um projeto do Governo angolano de eletrificação rural de 60 comunas que resultará na ligação de 203 mil habitações e no fornecimento de energia “para atividades económicas, assegurando 250MWp de potência fotovoltaica e 595MWh de capacidade de armazenamento em baterias”.
“Esta iniciativa não só contribui para a descarbonização, mas também representa uma economia estimada entre 3,1 e 5,9 milhões de euros comparativamente a outras metodologias de produção energética”, explica Alves ao JE, apontando que a eletrificação garantirá o acesso a energia elétrica “a comunidades situadas em áreas remotas que, atualmente, não têm acesso à eletricidade ou enfrentam elevados custos devido ao uso de fontes de energia não renováveis”.
O projeto abrange 60 localidades em cinco províncias: Bié, Malange, Lunda Norte, Lunda Sul e Moxico e está orçado em cerca de 1,03 mil milhões de euros.
“Em todos os projetos em que estamos envolvidos procuramos sempre estabelecer parcerias com empresas que nos disponibilizem produtos inovadores e conscientes. É o caso da Samsung SDI com quem estabelecemos recentemente um acordo para o fornecimento de 319 Mwh de módulos de baterias de iões de lítio E5S”, acrescenta.
Da construção à energia
O grupo MCA foi fundado por Manuel Couto Alves, atual chairman, em 1998, em Guimarães, centrado no sector da construção. Atualmente, opera também em sectores como as energias, o desenvolvimento urbano, as infraestruturas e a saúde, estando presente em quatro geografias. Angola teve um papel importante nesta evolução.
“Estando presente em Angola desde 2006, a MCA tem dado contributos substanciais em projetos verdadeiramente estruturantes e é assim que perspetivamos o futuro e as novas oportunidades emergentes na economia angolana”, diz Elisabete Alves.
Em Angola, o grupo construiu e reabilitou mais de 800 quilómetros e esteve, também, envolvido na construção de centralidades no Sumbe e no Bailundo, “no desenvolvimento de novas urbanizações e na melhoria da infraestrutura habitacional do país, proporcionando habitação moderna e acessível de forma a reduzir a pressão sobre as áreas urbanas já existentes e a otimizar a distribuição geográfica da população”.
“Fruto de uma diversificação estratégica fundamental para o Grupo, ao reconhecer a importância da transição energética, tornarmo-nos num player líder no sector, tendo sido em Angola, a geografia onde desenvolvemos o primeiro parque solar”, aponta Alves.
“Podemos dizer que, da mesma forma que Angola desempenhou um papel essencial na transformação e capacitação da MCA para a área das energias limpas, com um impacto substancial na estratégia e dimensão do grupo, a MCA está empenhada em ser um motor de transformação, ajudando as comunidades a ter uma vida melhor no seu presente e para as próximas gerações”, conclui.
O grupo MCA foi fundado por Manuel Couto Alves, atual chairman, em 1998, em Guimarães, centrado no sector da construção. Atualmente, opera também em sectores como as energias, o desenvolvimento urbano, as infraestruturas e a saúde, estando presente em quatro geografias. Angola teve um papel importante nesta evolução.