PARA A GERAÇÃO DA UNITA NASCIDA NO DECÊNIO 1975 A 1985

Cordiais saudações:

Hoje tirei um pouco do meu tempo para me dirigir a esta franja de militantes, a geração a que pertenço, que junto nas várias localidades que compreendiam as terras livres sob controlo da UNITA, nos mantínhamos em sentido pelas manhãs no momento do hastear da Bandeira do Galo Negro em gesto de respeito pelo seu simbolismo e homenagem aos compatriotas que com seu sangue pintaram as faixas vermelhas nos campos de honra; aquela geração que, inspirada pelo Grito de Kapalandanda não arredava o pé quando o desafio visasse a defesa da CAUSA que nos viu nascer e juramos defender.


Por: Filipe Mendonça

É para vocês que me dirijo, meus companheiros de infância e de caminhada tendo em conta o momento particular e bastante delicado que a nossa organização vive. Nas diversas etapas da nossa história já testemunhamos várias situações que atentaram contra a integridade da UNITA pelo MPLA e não conseguiu. Mas o que estamos a enfrentar desta vez, dentro da estratégia de conspiração montada em Lusaka em 1994, cujo objectivo foi a eliminação física do Presidente Fundador, o que já foi consumado para depois descaracterizarem a UNITA. Agora o círculo tende a fechar com a substituição deste instrumento de luta dos menos equipados pela FPU ou uma outra sigla que possam inventar durante o curso que ainda têm a percorrer para a efetivação deste traiçoeiro propósito.

A pessoa que negociou os acordos de Lusaka foi quem fundou o CRU (comitê renovador da UNITA ou UNITA renovada) com o apoio do MPLA como foi confirmado pelo General Higino Lopes Carneiro através das antenas da LAC. É a mesma que foi nomeada pelo ACJ para coordenar a revisão dos documentos reitores do Partido, os ESTATUTOS, para que durante o Congresso aprazado para o próximo ano se legitime a estratégia de a UNITA concorrer no formato de coligação com distintivos próprios em 2027. Depois das eleições prevalecerá a coligação que será transformada em partido político. Com isso, a UNITA deixará de existir bastando para isso introduzirem os documentos saídos de um tal congresso no Tribunal Constitucional. Nada mais se poderá fazer para reverter o quadro institucional da UNITA. Ninguém mais ousará falar da UNITA ou do projecto de Muangai, da nossa história de resistência para a instauração da liberdade e democracia no nosso país. SERÁ O FIM DA UNITA.

O festival que testemunhamos este sábado no complexo turístico do Sovsmo visa apenas distrair os militantes por causa do Congresso que se avizinha e abafar o impacto da Fundação JMS legalizada recentemente.

A UNITA é uma marca inconfundível na memória do povo angolano. No actual contexto político a marca que arrasta multidões chama-se UNITA. Toda tendência de substitui-la por uma outra coisa, não terá outro nome senão traição à pátria e aos angolanos genuínos.

É chegada a hora de abraçarmos todos esta luta de Resgatar UNITA. Amanhã será tarde demais. A luta deve ter lugar hoje. Aos maninhos que reapareceram recentemente porque ausentaram-se por vários motivos, inclusive do medo no momento que a pátria exigiu coragem, nos anos que se seguiram à morte em combate do Velho Jonas, uma palavra de coragem para voltarem as origens da nossa escola da UNITA e deixarem de defender as coisas em vez da CAUSA. É muito bom que tenham aparecido e muitos de vós formados. Antes tarde do que nunca, assim diz o ditado.

Há quem diga que esta tendência de desvios no Congresso não vai passar. NEGATIVO! A experiência de 2019 nos revelou exactamente que hoje, as coisas ganharam muito poder nas barrigas das pessoas à CAUSA que o Partido persegue há 58 anos. Vimos e continuamos a observar os que nos indicaram o caminho da revolução calados a estas violações gravíssimas dos Estatutos logo no dia do encerramento do XIII° Congresso em Dezembro de 2019. As teses chumbadas pelos militantes durante as conferências comunais, municipais e provinciais, foram validadas pelo actual presidente que jurou cumprir e fazer cumprir os Estatutos do Partido em violação das normas que regeram o Congresso enquanto órgão supremo do Partido nos termos do Artigo 25° dos Estatutos da UNITA.

A título exemplificativo, confiram estes pontos ou teses debatidas nas conferências preparatórias do XIII° Congresso:

1- Sobre a institucionalizacão das duas vice-presidencias, os militantes CHUMBARAM;

2- A proposta do alargamento do corúm da Comissão Política de 251 para 301 membros CHUMBARAM.

3- A criação da FPU NUNCA foi debatida nos órgãos do Partido. Outra violação grave.

O ACJ, depois da sua investidura ao cargo de presidente do Partido, durante a reunião constituinte inverteu tudo, começando por substituir alguns membros da Comissão Política eleitos nas Conferências por indivíduos da sua conveniência. Não vimos ninguém a contrariar os desvios que aqui estou a relatar.

Vai ser a mesma coisa em 2025. A papinha já está feita. Até nos órgãos intermédios e de base estão a preencher com pessoas que desconhecem a causa ou perseguem as coisas. Muitos deles infelizmente são filhos de dirigentes do nosso Partido. Estarão lá apenas para levantar o dedo seguido do banquete daí estará legitimado o desejo que muitos Marimbondos do MPLA como o General Higino Carneiro, anseiaram durante décadas com a cumplicidade dos traidores internos.

Companheiros,
a unidade de propósito e acção para que a nossa liberdade, que foi ganha através da luta contra o colonialismo português, contra o imperialismo russo-cubano, não signifiquem mais o regresso à subserviência subsequente aos interesses estranhos, alheios a nossa identidade política e missão. Assim aprendemos com o Guia Imortal, o Dr. Savimbi.

JUNTOS PELA GREI.

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