Bodiva é a próxima empresa angolana a ser privatizada ainda este ano

O responsável da Bodiva, Walter Pacheco, salientou que o objetivo é ter mais empresas no mercado bolsista, mais oportunidades de investimentos e que o mercado seja representativo da economia.


Por: Redação

A Bolsa de Valores e Dívida de Angola (Bodiva) vai ser a próxima empresa angolana a alienar as suas ações no mercado de capitais, disse o presidente executivo da Bodiva, Walter Pacheco.

Walter Pacheco falava esta esta quarta-feira aos jornalistas, após a sessão de admissão à negociação da seguradora ENSA, que se tornou ontem a terceira cotada da Bodiva, sublinhando que esta operação demonstra que este é o caminho a seguir e que “terá sucesso”.

Acrescentou que o programa de privatizações (Propriv) contempla outras operações deste género, sendo a próxima “provavelmente” a da Bodiva.

“Pretendemos fazê-lo ainda neste trimestre. Portanto, até ao fim do ano”, adiantou, especificando que será alienada a totalidade do capital da Bodiva.

O responsável da Bodiva salientou que o objetivo é ter mais empresas no mercado bolsista, mais oportunidades de investimentos e que o mercado seja representativo da economia.

Sobre o volume de transações, notou que o mercado angolano ainda está segmentado, sendo “relativamente líquido” no segmento da dívida pública e de outros instrumentos como os “Repos” (acordos de recompra).

Já o segmento de ações, que é relativamente novo, com cerca de dois anos tem menos liquidez: “é um processo. Com mais instituições a entrarem, com mais diversidade, com mais volume, vamos ver muito mais liquidez (…) é um mercado que está em crescimento”, disse.

A média de transações começou na ordem dos três mil milhões de dólares (2,7 mil milhões de euros) ao ano, ascendeu a sete mil milhões de dólares (6,4 mil milhões de euros) no ano passado e neste momento, ronda os cinco mil milhões de dólares (4,6 mil milhões de euros), adiantou.

“É um mercado que está em crescimento e está cada vez mais a solidificar-se no sistema financeiro nacional”, frisou.

Para 2025, as perspetivas são de que venham a ser admitidas em bolsa a operadora de telecomunicações Unitel e dois bancos, o BFA, onde o Estado angolano detém uma participação indireta de 51,9% através da Unitel, estando os restantes 48,1% nas mãos do BPI, e o Standard Bank, onde o Estado detém uma participação de 49% e quer alienar 34%.

Walter Pacheco considerou que a Bolsa de Valores é o segmento “mais democrático” e acessível aos investidores, notando que a ENSA teve ofertas em 14 províncias angolanas

No caso da Bodiva, salientou que a empresa vai emitir o máximo de ações possíveis para diluir o preço e permitir que mais angolanos possam investir, destacando que é uma empresa com contas auditadas de 6 em 6 meses e que apresenta lucro.

“É uma empresa pública que distribui dividendos. É uma empresa pública cujo volume de negócio tem crescido em média 20% ao ano, mesmo nos piores momentos da nossa economia”, salientou o responsável, acrescentando que a Bodiva atua num mercado que não tem competidores e que tem um “potencial de crescimento enorme”.

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