ADALBERTO COSTA JÚNIOR E A ESTRATÉGIA DO EMBUSTE PELO MPLA/PARTIDO/GOVERNO

A alegação de que Adalberto Costa Júnior (ACJ) é um “líder fraco”, apesar do crescimento histórico da UNITA nas eleições de 2022, merece uma análise imparcial. Estaremos perante uma liderança ineficaz ou perante uma narrativa construída pelo regime e por sectores internos dissidentes?


Por: Kamalata Numa

Sob a liderança de ACJ, a UNITA saltou de 50 para 90 deputados entre 2017 e 2022, apesar de todas as manobras – produziu-se o maior avanço desde as eleições de 1992. Esse resultado consolidou o partido como principal força de oposição, pressionando o MPLA a lidar com uma oposição mais estruturada e com maior projecção internacional. Pela primeira vez, desde 2002, a crise democrática angolana foi levada com firmeza à União Africana (UA), às Nações Unidas (ONU) e à União Europeia (UE).

A narrativa da fragilidade é uma operação política construída pelo MPLA.

As críticas à liderança de ACJ não são aleatórias. Integram uma estratégia do MPLA para reforçar a ideia de que não há alternativa viável a João Lourenço, mesmo perante a deterioração económica e social do país.

Esta narrativa é sustentada por:

  • Manipulação mediática de órgãos de comunicação social alinhados ao regime que empolam, distorcem e inventam divisões internas na UNITA.
  • Infiltração e desestabilização através de agentes políticos e digitais que promovem discórdia e ataques à imagem de ACJ.
  • Criminalização da oposição pelo aparelho de segurança do Estado e por dissidentes para intimidar.

Muitos angolanos depositaram esperanças nas eleições de 2022, mas o sistema eleitoral viciado permanece controlado pelo MPLA. Com uma Comissão Nacional Eleitoral (CNE) dominada pelo partido no poder, um Judiciário parcial e forças de segurança alinhadas ao regime, a disputa nunca foi justa.

Mesmo com 90 deputados, a UNITA não conseguiu alterar a correlação de forças porque as regras do jogo favorecem o MPLA.

Dentro do próprio partido, surgiram vozes críticas que, em vez de fortalecer a oposição, optaram por negociações paralelas com o MPLA. Alguns membros passaram a minar iniciativas lideradas por ACJ, seja por interesses pessoais, seja por frustração com os resultados. A postura firme do líder da UNITA contra alianças questionáveis desagradou a quem vê a política como meio de benefício próprio.

Balanço da Liderança de Adalberto Costa Júnior

Pontos Fortes:

  • A exposição detalhada e danosa dos gatos astronómicos dos recursos financeiros pelo titular do poder executivi e os seus pares.
  • A presença de ACJ nas províncias onde tem sido recebido com muito carinho pir todos estratos sociais em especial pela juventude e Autoridades Tradicionais.
  • A pressão trouxe maior visibilidade às violações do regime angolano a nível internacional.
  • Discurso anti-corrupção que expôs esquemas de desvio de recursos públicos tem fortalecido a oposição e enfrequecido o regime.
  • Contextualização da imagem da UNITA e generalização da sua presença nas redes sociais através da juventude.

Conclusão:

  • O problema não é ACJ, é o regime do MPLA.
  • A crise política angolana não se resume à liderança de Adalberto Costa Júnior. O cerne do problema está na estrutura de poder montada pelo MPLA ao longo de décadas, que mantém o controle sobre instituições-chave.
  • Considerar ACJ “fraco” é reproduzir a narrativa do regime, que busca a não legitimação de qualquer alternativa. Nenhum líder, por mais competente que seja, consegue sozinho desmontar um sistema autoritário profundamente enraizado. Liderança certa + povo consciente do seu papel de soberania = a victória em 2027.

O Que Fazer?

  • Unir a oposição. Também é essencial superar as divergências e fortalecer a frente contra o MPLA.
  • Foco no regime implantado pelo MPLA. A luta deve ser contra o sistema, não apenas contra indivíduos.
  • A resistência tem de ser estratégica. A democratização exige persistência e inteligência política.

Neste momento crítico, marcado por perseguições e autoritarismo, é fundamental reforçar a resistência democrática. A história julgará não apenas a coragem, mas a capacidade de adaptação e articulação.

Avante, Presidente Adalberto Costa Júnior. Angola precisa de um líder, uma oposição forte, unida e determinada.

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