Corredor do Lobito é um corredor de oportunidades, diz ministro dos Transportes de Angola

O ministro dos Transportes de Angola, Ricardo Viegas d’Abreu, disse em Lisboa que projetos estruturantes como o do Corredor do Lobito são corredores de oportunidades que mudam a vida de milhões de pessoas.


“Estamos a transformar corredores logísticos em corredores de oportunidades, e não falamos de projetos em papel, falamos de investimentos com números, com obras no terreno, e com impacto na vida de milhões de cidadãos”, afirmou o ministro na sua intervenção no Fórum EurAfrican, que decorre hoje e sábado nos arredores de Lisboa.

O Corredor do Lobito “vai transformar o comércio regional e posicionar Angola como plataforma logística estratégica da África Austral”, acrescentou o governante, salientando que estas obras de ampliação e extensão da linha que liga o porto do Lobito à fronteira com a República Democrática do Congo vão, em conjunto com outras grandes obras, mudar o país e a região.

“A reabilitação e expansão do porto do Namibe é outro eixo essencial à conectividade que ligará com eficiência e segurança o interior agrícola e mineiro do país à economia global”, disse o governante angolano, destacando também que “o novo aeroporto Internacional António Agostinho Neto posicionar-se-á como uma plataforma regional de aviação para a Europa, América Latina, e a Ásia”, e o terminal de águas profundas do Caio, em Cabinda, ficará ligado por ferrovia aos dois países vizinhos.

Salientando que estes projetos “não se limitam à dimensão física das obras”, sendo “instrumentos de coesão territorial”, o ministro vincou que, em breve, lançará concursos públicos internacionais para a concessão dos corredores norte e sul, dois eixos logísticos estratégicos que vão reforçar a integração com os mercados vizinhos e permitir escoar com eficiência a produção agrícola mineira industrial do interior de Angola.

De acordo com Ricardo Viegas d’Abreu, o corredor norte terá o epicentro no porto de Luanda e ligação ferroviária a Malanje, com o objetivo de “alavancar o eixo económico centro-norte”, enquanto o corredor sul, com base no porto do Namibe, “permitirá consolidar o papel da região sul como plataforma de exportação e ligação para o interior e países limítrofes”.

Na apresentação das iniciativas a uma plateia composta maioritariamente por empresários e investidores, o governante angolano destacou ainda o terminal de águas profundas do Caio, na província de Cabinda, “uma infraestrutura de valor estratégico que abrirá um novo acesso marítimo para a região norte, reforçando o papel logístico industrial de cabinda e promovendo de forma concreta a coesão territorial e a integração regional”.

O Corredor do Lobito é uma infraestrutura ferroviária que atravessa Angola ao longo de 1.300 quilómetros ligando o porto do Lobito (litoral) à fronteira com a República Democrática do Congo para escoar a produção de minerais críticos das regiões do Copperbelt (RDCongo) e Kolwezi (Zâmbia).

A operação é assegurada pela Lobito Atlantic Railway (consórcio que integra a portuguesa Mota-Egil, a suíça Trafigura e a belga Vecturis), e deverá contar com um investimento de quase mil milhões de dólares, parcialmente financiados pela Development Finance Corporation (DFC) e pelo Development Bank of Southern Africa.

O Corredor está também inscrito na iniciativa europeia Global Gateway, tendo o bloco europeu anunciado um pacote de 600 milhões de euros através da Partnership for Global Infrastructure and Investment (PGII) desenvolvida no âmbito do G7.

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