EDUARDO GARCIA ASSUME LIDERANÇA DO PPA E PROJETA-SE COMO ALTERNATIVA CREDÍVEL NA OPOSIÇÃO ANGOLANA
A eleição de Eduardo Garcia para a presidência do Partido Pacífico Angolano (PPA), durante o IV Congresso Ordinário da formação, ocorrido a 27 de dezembro de 2025, marca um novo capítulo na reorganização da oposição angolana. Indicado como candidato às próximas Eleições Gerais e figura emergente no seio da Coligação CASA-CE, Garcia apresenta-se como um líder que procura capitalizar o desgaste do sistema político vigente e a crescente desconfiança popular em relação às elites tradicionais.
Por: Redação
Num contexto nacional marcado por crise social, dificuldades económicas persistentes e fragilidades institucionais, a nova liderança defende que a CASA-CE pode afirmar-se como uma via “séria e credível” para inverter o atual rumo do país. A estratégia política delineada assenta em três eixos estruturantes, concebidos não apenas como diretrizes internas, mas como instrumentos de conquista de confiança eleitoral e afirmação nacional e internacional.
- UNIDADE INTERNA COMO PRÉ-CONDIÇÃO PARA GOVERNAR
O primeiro eixo centra-se na unidade, coesão e fortalecimento institucional do partido e da coligação. Segundo a visão defendida por Eduardo Garcia, a oposição só poderá aspirar a governar Angola se demonstrar, antes de tudo, capacidade de organização interna, disciplina política e respeito pelas regras democráticas.
Esta abordagem é apresentada como resposta direta à perceção pública de fragmentação e conflitos recorrentes no campo oposicionista. No plano nacional, a mensagem é clara. Um projeto político que consegue unir forças diversas na oposição estará mais preparado para garantir estabilidade governativa e instituições funcionais.
Já no plano internacional, a aposta passa por recuperar a credibilidade institucional de Angola, hoje fragilizada pela instabilidade política e pela falta de previsibilidade. - CAPITAL HUMANO NO CENTRO DA AÇÃO POLÍTICA
O segundo eixo estratégico incide sobre a valorização dos militantes, quadros e do capital humano, sustentado no princípio de “governar para todos”. Internamente, a nova direção promete maior inclusão de jovens, mulheres e quadros técnicos nos processos de decisão partidária, privilegiando o mérito e a competência.
Transposto para o plano nacional, este eixo traduz-se numa proposta de governação centrada nas pessoas, rompendo com práticas de exclusão política e social. Educação, saúde, emprego e valorização profissional surgem como pilares de uma visão que procura demonstrar que os problemas de Angola não residem na falta de recursos, mas na forma como estes têm sido geridos.
No plano internacional, a valorização do capital humano é apresentada como elemento-chave para travar a fuga de cérebros e reposicionar Angola como um parceiro confiável, orientado para o desenvolvimento sustentável e a inovação. - PREPARAÇÃO ELEITORAL E FORMAÇÃO POLÍTICA
O terceiro eixo estratégico está ligado à afirmação política e à preparação para os desafios eleitorais e internacionais. Aqui, a prioridade passa pela organização das bases, fiscalização do processo eleitoral e construção de um discurso político mais próximo das preocupações reais da população.
A liderança de Eduardo Garcia pretende projetar a CASA-CE como uma oposição que vai além do protesto, apresentando-se como uma força preparada para governar, com propostas concretas para combater o desemprego, melhorar os serviços públicos e enfrentar a corrupção de forma estrutural.
No plano externo, o novo líder procura afirmar-se como uma figura política moderna, capaz de dialogar com África, a diáspora angolana e a comunidade internacional, defendendo os interesses nacionais com pragmatismo e sentido de Estado.
UMA NOVA GERAÇÃO EM TESTE
Sem histórico conhecido de envolvimento em escândalos de corrupção, Eduardo Garcia surge como rosto de uma nova geração política, num momento em que cresce o cansaço popular com lideranças associadas ao passado. Resta agora saber se esta visão estratégica conseguirá traduzir-se em mobilização eleitoral efetiva e em unidade real no seio da oposição.
Para muitos analistas, o desafio central será transformar o discurso de renovação em prática política consistente. Para o eleitorado, a expectativa é clara: que desta vez a promessa de mudança encontre, finalmente, correspondência na realidade.
Com Eduardo Garcia e a CASA-CE, a mudança deixa de ser promessa e passa a ser possibilidade real.
POR: ISIDRO VENTURA _ Assessor de Imprensa
