Palanca Negra gigante na iminência de extinção – alerta coordenação do projeto dedicado à conservação da espécie

A palanca negra gigante, símbolo nacional de Angola, continua na lista das espécies criticamente ameaçadas de extinção, sendo a caça furtiva a maior ameaça à sua sobrevivência, alertou hoje o coordenador do projeto dedicado à conservação da espécie.


Por: redação PI

Segundo Pedro Vaz Pinto que nesta quinta-feira, 18, foi um dos palestrantes da conferência “Fundação Kissama 30 Anos — Conservação, Investigação, Formação”, que decorre até sexta-feira em Luanda, lembrou que a palanca negra gigante – relativamente à qual se chegou a temer que estivesse extinta — atravessou desde a altura em que foi descoberta (1916) um século marcado por fases de caça descontrolada, períodos de guerra e pós-guerra devastadores, até às iniciativas de conservação mais recentes.

“A palanca negra gigante continua a ser uma espécie endémica e muito rara, que já esteve pior e a conservação tem vindo a melhorar, mas sem que isso signifique que está fora de perigo, não está de todo”, sublinhou.

Atualmente, estimou, a população ronda cerca de 300 animais, o que é pouco mais de 10% do que era há 50 anos.

“Portanto, nós temos de fazer mais”, disse.

A caça furtiva continua como a maior ameaça a este animal e um em cada quatro animais imobilizados pelos biólogos apresenta feridas de armadilhas, relatou Pedro Vaz Pinto, acrescentando que não se trata de uma questão de subsistência para as comunidades locais, mas de comércio lucrativo, já que a carne seca é posteriormente vendida nos mercados.

De acordo com o Notícias ao Minuto, que avança a informação, o responsável acredita que o combate à caça depende de fiscalização mais eficaz, sendo necessários mais recursos humanos, meios materiais e apoio das entidades judiciais para que os caçadores sejam punidos.

A palanca negra gigante só existe em duas áreas de Angola, ambas na província de Malanje: o Parque Nacional da Cangandala e a Reserva Natural Integral do Luando. Segundo Vaz Pinto, a sobrevivência da espécie depende de um ordenamento mais rigoroso e de gestão adequada dos parques que pressupõe zonas de conservação com regras claras.

Ligada ao Projeto de Conservação da Palanca Negra Gigante, a fundação é implementadora das ações de investigação e educação ambiental do projeto desde 2010.

A conferência reúne especialistas nacionais e internacionais, académicos, organizações da sociedade civil e representantes de instituições públicas ligadas à gestão ambiental, para debater os desafios e as soluções para a conservação da biodiversidade em Angola.

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