Presidente moçambicano diz que extrema-direita quer “mudar regimes à força” no mundo

O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, afirmou esta quinta-feira, 17, que o crescimento da extrema-direita no mundo, incluindo em Moçambique, usa política de “rua e das redes sociais” e que, através das “manifestações violentas”, tenta “mudar regimes à força”.
Por: redação PI
Daniel Chapo, fez esta denuncia quando orientava uma aula no Instituto Superior de Estudos de Defesa Tenente-General Armando Emílio Guebuza (ISEDEF), na província de Maputo, sul do país.
“Há uma onda global liderada pela extrema-direita que acha que a política é feita na rua, nas redes sociais, agitando pessoas, não respeitando as instituições democraticamente eleitas e instituídas e não respeitando as autoridades legalmente instituídas”,
Para Daniel Chapo, o mundo, incluindo Moçambique, tem sido vítima de uma onda de manifestações “violentas e ilegais”, apontando que nos últimos anos ocorreram em países como Angola, Quénia, Zimbabué, África do Sul, Venezuela e Estados Unidos da América, após a realização de eleições, movidos pela extrema-direita, cujo objetivo é tirar do poder os partidos libertadores.
Segundo o Presidente moçambicano, estas manifestações, em todo o mundo, “foram preparadas muito antes dos resultados eleitorais” pela extrema-direita, nos países antes referenciados, que incluem Moçambique, cujo objetivo é atentar contra regimes que “tentaram mudar por via de eleições”.
Moçambique viveu desde as eleições de outubro de 2024 um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas por Venâncio Mondlane, que rejeitou os resultados eleitorais que deram vitória a Daniel Chapo, culminando com cerca de 400 mortos, de acordo com dados das organizações da sociedade civil que acompanharam o processo.
O Governo moçambicano confirmou anteriormente, pelo menos, 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.
Após meses de manifestações de contestação aos resultados eleitorais, o chefe de Estado e Venâncio Mondlane encontraram-se pela primeira vez em 23 de março, em Maputo, e acordaram pela pacificação do país, repetindo o encontro em 21 de maio.