Tribunal americano volta rejeita acção da AEnergy contra o Estado angolano

O Tribunal Federal do Distrito de Columbia, Washington (EUA), rejeitou esta Sexta-feira, a acção instaurada pela Aenergy, SA contra o governo angolano, e determinou que o caso seja julgado em Angola, conforme lê-se em nota


Por: Redação

Trata-se da terceira vez que os tribunais norte-americanos rejeitam o caso, por entenderem que a justiça local não é o fórum “conveniente para julgar” o processo, movido pela empresa AEnergy contra as autoridades angolanas.

O processo intentado,  em território americano, diz respeito ao fornecimento de turbinas eléctricas da General Electric, cujo contrato foi anulado pelo Governo angolano, em 2019.

Segundo o juiz do Tribunal Federal do Distrito de Columbia, essa acção é da competência da jurisdição angolana e a Aenergy, SA dedica-se à prática de “fórum shopping”, procurando que as suas pretensões sejam atendidas por tribunais norte-americanos sem conexões com o caso.

De acordo com o nota a que o Primeiro Impacto teve acesso, o juiz deferiu a petição de Angola de rejeição da acção da Aenergy, SA, e fundamentou que já havia uma sentença do tribunal do Segundo Distrito de Nova Iorque (2021), confirmada em recurso para o Segundo Circuito e pelo Supremo Tribunal Federal (2022).

O juiz, não só adere inteiramente e de forma explícita aos fundamentos das decisões anteriores, mas confirma que a jurisdição do caso pertence a Angola, rejeitando, ainda, o argumento da Aenergy, SA de não poder obter uma decisão justa em Angola.

Afirma, na sua decisão, que a demora dos tribunais angolanos alegada pela Aenergy, SA não serve para demonstrar a inexistência de adequadas garantias processuais e subscreve a decisão do tribunal de Nova Iorque.

Salientou, por outro lado, que as alegações da Aenergy sobre a demora dos processos nos tribunais angolanos valem pouco mais do que o tipo de reclamações de litigantes frustrados contra qualquer sistema judicial.

A sentença é ainda passível de recurso pela Aenergy, mas afasta mais uma vez a alegação de falta de credibilidade dos tribunais angolanos.

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