“Oposição e alternância não são e nunca serão a mesma coisa”

Os deputados foram eleitos para debater a politica quer na perspectiva Estrutural (Constitucional), assim como na perspectiva Conjuntural (políticas públicas). Se a UNITA quiser ser Poder tem de apostar na indicação de alternativas credíveis e não na judicialização da política. Este campo da judicialização da política é a praia do MPLA. A UNITA do ACJ cai numa contradição e numa gritante falta de coerência ao anunciar que vai iniciar um processo de acusação e destituição do Presidente da República João Lourenço.


Por: Eugénia Maria Nasoma

Esta ideia não é nova. Ainda José Eduardo dos Santos estava vivo e nas funções de Presidente do MPLA, o actual Presidente da UNITA e então presidente do Grupo Parlamentar da UNITA, terá feito chegar ao então Presidente da UNITA Isaías Samacuva uma proposta de destituição de João Lourenço. A proposta seria da iniciativa da ala eduardista do MPLA com o epicentro na representação do MPLA na Assembleia Nacional. Samacuva negou a visada e peremptoriamente tal ideia…

Se hoje esta ideia é resuscitada, a prudência recomenda atenção e análise na sua obordagem. Será desespero da UNITA do ACJ e dos marimbondos do MPLA eduardistas diante da evidente impossibilidade de vencer nas eleições de 2027? Será uma fuga para a frente de ACJ e da UNITA em face das falcatruas e atropelamentos à lei e dos competentes processos judiciais em curso? Ou será a soma destas questões e de mais outras que por agora é preferível não referir?

Seja lá o que for, o que se evidência nesta atitude da UNITA é um desnorte e lenviadade. Desnorte porque a UNITA sempre afirmou que o sistema de justiça angolano era do MPLA montado comprado e colocado ao serviço exclusivo do Presidente João Lourenço. Leviandade porque uma medida desta dimensão nunca seria anunciada com o ACJ fora de Angola. ACJ perde uma soberana oportunidade de se colocar na dianteira do movimento da ALTERNÂNCIA. No momento que o Grupo Parlamentar da UNITA supostamente pretende destituir o Presidente da República, Adalberto está na terra dos seus ancestrais a nadar em luxus pagos pelos dinheiros das quotas dos militantes da UNITA e sobretudo dos coitados ex-militares desmobilizados…
ACJ e a UNITA devem entender que OPOSIÇÃO e ALTERNATIVA não são e nunca serão a mesma coisa. Criticar falar contra, botar à baixo, isto qualquer papagaio pode fazer… Agora rasgar horizontes de Esperenças, restituir a crença de uma Angola inclusiva, com o império da Lei sem mais impunidades e os perniciosos vícios dos tempos de José Eduardo dos Santos… são outros quinhentos. A certeza que cresce a cada dia é que a UNITA de Adalberto não tem qualificações, nem as mais elementares para cumprir esta MISSÃO.

O Grupo Parlamentar da UNITA está com fortes dores de parto. É até possível que seja necessária uma intervenção cirúrgica… mas tudo indica que no fim a montanha vai parir um ratinho pequeniniiiinho.

ESTAMOS JUNTOS!

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