Beto de Almeida, uma década sem o músico

Biografia do artista

Roberto Tiago da Silva de Almeida nasceu aos 8 de Novembro de 1976, na província do Kuando Kubango, tendo feito grande parte da carreira ao lado do irmão Moniz de Almeida.


Por: Redação

Filho de pais protestantes, “Tchuma” (irmão), como era carinhosamente tratado nas lides musicais, iniciou a carreira na década de 1980, mas despontou no mercado no princípio dos anos 90, depois de juntar-se ao irmão Moniz de Almeida.

Ao lado deste produziu canções de grande sucesso, entre as quais “Yara”, “Cara de Pau”, “Amor Melaço”, “Bandido”, “É Duro”, “Ngapa”, “Guilhermina” e “Levarei Minha Viola”.

Beto de Almeida despontou num contexto difícil da história de Angola, em que emergia o ritmo kizomba, juntamente com outras vozes, como Isidora Campos, Maya Cool, Gabriel Tchiema e o produtor Beto Max. Com a canção “Minha Viola” andou pelo país, animando guerrilheiros nas frentes de combate e ajudou a devolver a esperança a um povo ainda tomado pela guerra.

Tudo começou em 1985, altura em que participou no primeiro Festival Regional da Canção no Namibe, tendo arrebatado o primeiro lugar.

Em 1986, participou no Festival Internacional da Canção Infantil, da Organização do Pioneiro Angolano, no Acampamento Pioneiro Augusto Ngangula, tendo se classificado em terceiro.

Três anos depois, transferiu-se para Luanda e juntou-se ao irmão mais velho Moniz de Almeida, dando início à dupla Irmãos Almeida.

Guiados pelo espírito de cantar as vicissitudes de um povo em guerra, decidiram actuar juntos numa primeira fase, passando o mais novo a participar nos espectáculos de Moniz.

Em pouco tempo, a dupla explodiu e estourou nas rádios, com temas como “Tio Zé”, “Sofrimento”, “Paciência”, “Chefe é Chefe”, cantando o dia-a-dia do seu povo.

A saída da música “Paciência” foi um dos momentos marcantes do começo da carreira do artista, abrindo espaço para uma nova aventura e permitindo a gravação do seu primeiro CD a solo “Cara de Pau”, em 1991.

Em 1995, fruto do sucesso deste tema, foi convidado a participar no Festival da Música da África Austral, realizado em Harare, capital do Zimbabwe.

Mais tarde, os dois irmãos decidiram montar o primeiro espectáculo oficial conjunto, apresentando-se em Luanda São Tomé e Príncipe.

Em 1996, o duo gravou o primeiro CD, em Lisboa, Portugal, intitulado “Kimbanda”. O semba foi a marca mais expressiva deste disco, cujos temas de maior referência são “Vigarista” e “Amor Melaço”, muito apreciados em todos os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).

Em 1999 lançaram no mercado o disco “Pico”, do qual constam os temas “Ngapa”, “Minha Viola” e “É Duro”, produzidos na linha melódica do semba e lamento.

Em 2000 gravaram novamente em Portugal, agora o CD “Almeisi”, do qual constam os temas “Guilhermina” e “Morainha”, este último no estilo sungura, uma marca registada do duo.

A título individual, Beto de Almeida produziu e publicou várias canções suas e para outros músicos, tendo sido responsável pelo aparecimento e projecção de vários artistas mais jovens.

Constam deste leque os músicos Dog Murras, Nazarina Semedo, Isidora Campos, Jeff Brow, Kelly Silva, Yola Araújo, Esmeralda, Yeye, DJ Manya, Belinha, Maya Cool, Esmael, Fly, Euclides figueira, JP, entre outros.

A sua mais recente canção foi “Balumuka”, produzida na linha melódica do afro house, um género novo na carreira do artista, que viria mostrar a sua versatilidade e capacidade de compor e interpretar de forma rápida qualquer género músical com que se deparasse.
Fonte: ANGOP

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