Oposição quer eleições autárquicas para 2024 e acusa Executivo de querer retardar o processo constitucional

O Presidente do Maior partido na oposição (UNITA), Adalberto da Costa Júnior, defendeu, esta quinta-feira, 15, a necessidade da realização das autarquias locais em 2024. Já aos demais líderes da oposição fala de é um sinal claro” de que em Angola não haverá nos próximos anos eleições autárquicas.


Por: Redação

O líder do Galo Negro, fez estas declarações à margem da cerimónia de cumprimentos de fim-de ano, na Assembleia Nacional, Adalberto Costa Júnior, acusou as autoridades de, alegadamente, estarem a retardar esse desiderato constitucional.

Para o líder dos maninhos, a cada ano que passa sem o poder local, ‘perdemos aquilo que o poder local pode trazer a qualquer país, que é cidadania, direitos e capacidade de proximidade entre os governantes e os governados”. 

Segundo a informação avançada hoje pelo Novo jornal, os partidos políticos da oposição acusam o Executivo de querer esquivar-se à realização das eleições autárquicas ao anunciar medidas que permitem que a partir do primeiro trimestre do próximo ano os cidadãos peçam contas aos administradores municipais de todo o País, nomeadamente esclarecimentos sobre como é gasto o dinheiro público.

Na opinião do membro do Comité Permanente da UNITA, Ernesto Mulato, “esta ideia é mais um exercício de não pensar nas autarquias e fazer dormir os angolanos”

“O MPLA brinca com os angolanos, pisoteia a boa vontade dos angolanos. Outros povos, quando isto acontece, saem à rua, aqui dá-se beijos aos governantes. Veremos o que se fará como pressão, de resto é brincadeira”, acrescentou.

O presidente da CASA-CE, Manuel Fernandes, diz que esta posição tomada pelo Executivo “é um sinal claro” de que em Angola não haverá nos próximos anos eleições autárquicas.

“Só agora é que os cidadãos vão acompanhar a forma como é gasto o dinheiro público? o que andaram a fazer? Porque é que este exercício só acontece agora, numa altura em que os angolanos estão ansiosos pela realização adas autarquias este ano?”, questionou o político, frisando que não há vontade política do regime que o País realize eleições autárquicas.

O porta-voz da FNLA, Ndonda Nzinga, diz que mesmo com esta posição do Executivo, o seu partido vai continuar a pressionar para que as eleições autarquias tenham lugar o “mais rápido possível” no País.

“A melhor forma de os cidadãos exigirem a prestação de contas por parte dos administradores municipais é com a realização das eleições autárquicas”, referiu o político, questionando o porquê de só hoje, e não antes, os cidadãos puderem exigir a prestação de contas.

Na sua opinião, Angola só poderá atingir o desenvolvimento desejado com a realização das eleições autárquicas.

Em vários pronunciamentos, os dirigentes do MPLA têm reafirmado o compromisso de realização das eleições autárquicas, frisando que “o partido no poder não tem medo que este pleito eleitoral tenha lugar no País”.

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