Fernando Santos é o novo treinador do Besiktas. Aos 69 anos, voltará a trabalhar num clube

Mais de 13 anos após sair de Salónica, será Istambul a devolvê-lo a “estar todos os dias com os jogadores” num contexto de clube. Fernando Santos vai treinar o Besiktas, gigante da Turquia e atual 5.º classificado do campeonato. Em setembro, o técnico fora demitido do cargo de selecionador da Polónia.


Por: Redação

Quando se ouve um futebolista abeirado do pôr-do-sol da sua carreira confessar que tem dúvidas se daria para treinador porque, pensando bem nas coisas, a vida de quem treina não começa nem acaba na duração de um treino, é reflexo do que custa a profissão.

O trabalho de um treinador de clube nem tem dias de descanso, nem de férias: a época seguinte planeia-se durante a atual, há exercícios e módulos de treino a desenhar, reuniões com este e aquele departamento, conversas com dirigentes, alvos a discutir com o scouting e o diretor-desportivo, enfim, muito mais há na redoma diária que implicar ser responsável por uma equipa principal de um clube.

É fora dessa vida que Fernando Santos está desde 2010, quando saiu do PAOK, da Grécia, para assumir a seleção do país. De Salónica e Istambul não cabem assim tantos quilómetros no mapa, mas a geografia da carreira do técnico que deu o primeiro título de seleções a Portugal não se coaduna com o tempo – mais de 13 anos após ter treinador a nível de clubes, o português assumirá de novo uma missão que implica trabalho diário no campo. Afinal, estava mesmo com saudades.

Esse sentimento levou-o ao caldeirão de efervescência que se vive na Turquia em torno do futebol. O português foi confirmado, este domingo, como novo treinador do Besiktas, atual quinto classificado do campeonato – e o facto de o site do clube estar em baixo nem uma hora depois da notícia pode dizer algo sobre a emoção que rodeia a bola no país. O clube que tem como maiores rivais o Galatasaray e o Fenerbahçe está a 18 pontos da liderança deste último, além de já eliminado das provas europeias.

Fernando Santos será o segundo português a treinar o Besiktas, após Carlos Carvalhal o ter feito em 2011/12. O clube já não tem a pequena legião de jogadores portugueses desses tempos, havendo apenas Gedson Fernandes no plantel. Parte da história do médio tem páginas ligadas ao homem que agora lhe passará a dar ordens: em 2018, foi quem lhe deu a estreia na seleção nacional, com minutos em dois jogos particulares (contra a Croácia e a Escócia). No plantel do Besiktas há nomes com algum peso no futebol, como os de Gokhan Inler, suíço que ainda mexe aos 39 anos, o avançado Ante Rebic, finalista vencido do Mundial de 2018, ou Alex Oxlade-Chamberlain, vencedor de uma Liga dos Campeões com o Liverpool.

A Turquia será o terceiro país onde Fernando Santos trabalhará, após a Grécia e a Polónia. A meio de novembro, em entrevista ao jornal “A Bola”, o antigo selecionador nacional admitira como “gostava de voltar a treinar um clube” para “todos os dias” poder estar com futebolistas e “fazê-los crescer enquanto jogadores e homens”. Foram 13 anos divididos entre a seleção grega, portuguesa e polaca. O resumo da última aventura serve-se com molho agridoce: seis vitórias e três derrotas deixadas em nove meses de críticas e contestação.

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