Banco Nacional de Angola chama BIC depois de anúncio de despedimentos
O Banco Nacional de Angola disse nesta quinta-feira, 20, que quer ouvir a administração do Banco Internacional de Comércio (BIC) sobre a intenção de fechar balcões e despedir trabalhadores, para perceber os motivos que estão na base desta decisão.
Por: Redação
Em declarações aos jornalistas, à margem do lançamento do estudo Banca em Análise, o vice-governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Pedro Castro e Silva, disse que foi informado sobre esta intenção pela comunicação social
“[Os bancos] é que têm responsabilidade de elaborar os seu planos de negócio, mas depois do anúncio do BIC, vamos sentar-nos com o banco para saber o que é que fundamenta esta decisão”, disse o responsável do BNA.
Na terça-feira, o presidente executivo do BIC, Hugo Teles, disse à Radio Nacional de Angola que o banco iria encerrar 40 dos 230 balcões instalados em todo o país e despedir cerca de 400 trabalhadores, por dificuldades na compra de divisas.
Hugo Teles lamentou o facto de os maiores bancos comerciais do mercado nacional, como é o caso do BIC, terem mais dificuldades para obter divisas do que instituições bancárias de menor expressão.
O vice-governador do BNA admitiu que a oferta de divisas é escassa face à procura, mas rejeitou que haja falta de transparência, afirmando que “o mercado é livre” e as transações se fazem numa plataforma eletrónica.
Destacou ainda que quem compra mais divisas são os bancos maiores, mas são estes também que têm maior procura por terem mais clientes.
Quanto à oferta de divisas, “só tem sido suficiente” quando o preço do petróleo está alto, ou há mais contenção nas despesas com importação de produtos e serviços, acrescentou.
“Enquanto formos totalmente dependentes do exterior para o consumo de bens alimentares, contratação de serviços, vai sempre haver essa pressão sobre a taxa de câmbio e a oferta de divisas”, sublinhou o responsável.
Sobre a trajetória da taxa de inflação e o impacto das medidas de política monetária que têm sido levadas a cabo pelo banco central angolano, assinalou que os efeitos destas medidas “têm desfasamentos e não se sentem de um mês para o outro”, mas disse acreditar numa redução da taxa de inflação nos próximos quatro a seis meses, se se mantiverem as atuais políticas.