Acidentes de viação em Angola causam 31.521 mortos em dez anos-analista apela trabalho conjunto para reduzir o número

Angola registou nos últimos dez anos 31.521 mortos e 147.670 feridos, de um total de 133.996 acidentes de viação, a segunda causa de morte no país, depois da malária, segundo dados oficiais divulgados na última semana.
Por: Albino Azer
De acordo com os dados da Direção Nacional de Viação e Trânsito a que o Primeiro Impacto teve acesso, de janeiro a setembro deste ano foram já registados 2.333 mortos e 11.843 feridos, como consequência de um total de 9.092 acidentes de viação.
Os dados indicam que, no período em análise, 2014 e 2015 foram os anos com mais acidentes, com 17.271 e 15.122 ocorrências, respetivamente, apresentando os anos seguintes uma tendência de diminuição até 2020, numa média de 10 mil acidentes, período em que foi limitada a circulação devido à pandemia da covid-19.
Reagindo aos números da Direção Nacional de Trânsito a activista social Ancelma Chissende defende a necessidade de mais alerta, mais palestras que visem sensibilizar os taxistas “principalmente” porque os acidentes estão sempre a causar mortes em crianças, adolescentes e adultos.
A activista aconselhou os homens do volante a observarem os sinais de trânsito e às orientações dos agentes reguladores do trânsito.
A partir de 2021, os números da sinistralidade rodoviária voltaram a subir, numa tendência crescente, tendo 2023 registado 14.429 acidentes, 3.121 mortos e 17.902 feridos.
Nos últimos dez anos, 2014 foi o que registou mais mortos (4.505) e feridos (18.344), oscilando os números de óbitos nos anos seguintes entre as duas mil e três mil pessoas.
O analista social João Cardoso, disse ao Primeiro Impacto que os dados sobre o número de mortes por acidentes no país são cada vez mais preocupantes. “É um trabalho conjunto, não só da Direção Nacional de Viação e Trânsito. Cada um dos condutores precisa ter responsabilidade na estrada”, apontou.
O analista sublinhou quatro (4) factores que influenciam negativamente para o elevado número de sinistralidade rodoviária.
1- Falta de manutenções periódicas dos veículos.
2- O estado técnico das estradas.
3- condução em estado de embriaguez.
4- Falta de educação rodoviária no sistema de Ensino Geral.
João Cardoso acredita, portanto, que a ter em conta estes factores, será possível diminuir-se o elevado número de acidentes no país.
Na última terça-feira, 12 de Novembro de 2024, a Polícia Nacional lançou a 17.ª edição do Dia Mundial em Memória às Vítimas da Estrada, que será marcada por um conjunto de atividades até 29 de novembro, com a realização de campanha nacional de prevenção rodoviária, com o lema “Alcançar a Paz na Estrada”, a distribuição e divulgação de conselhos úteis, uma marcha de solidariedade às vítimas de sinistralidade rodoviária e o Fórum Internacional sobre Sinistralidade Rodoviária.