Caso do agente de trânsito morto pelos marginais em Cacuaco
Acho que não se pode colar este caso ao discurso do Comandante-em-chefe, na medida em que mesmo antes do mesmo já tínhamos casos do género.
Por: VASCO DA GAMA
A banalização da farda vem sendo feita há anos sob olhar sereno de todos.
Por acaso, viram algum partido a lamentar, mesmo que seja do tipo ESPERANÇA do jovem MFUCA Muzamba, cuja construção está envolvida em chuva intensa e que molha todos os blocos?
Viram alguma organização da sociedade civil a criticar?
Nem que seja da tia dos Macedos?
Viram algum jornalista a escrever isto como grave nos seus jornalistas, muitos deles orientados a partir do ocidente e sob capa de direitos humanos?
Por acaso há ali alguma igreja a repudiar o assassinato macabro e arrepiante do pobre polícia e pai de família?
Claro que não!
Mas há muitos que, neste mesmo caso, entendem que aos bandidos não se pode fazer nada. Ou seja, merecem somente uma simples e acarinhada detenção, colocá-los num quarto com AC, leite ao acordar e picanha com arroz no fim do dia.
Aliás, para esta gente é normal que um Polícia morra desta forma. Isto não é notícia, tão-pouco repugnante.
Notícia e repugnante, para esta gente defensora dos direitos humanos, em que a vida do polícia não faz parte, seria se o Polícia fosse o autor do disparo e a vítima fosse o bandido.
Se assim fosse, a esta hora, mesmo sendo sábado, teríamos os “Fala sei lá o quê, Ecos daqui e acolá com Zwela ou sem ele, os grupos parlamentares, nem que fosse só daquela tia que, segundo o jovem na política e senhor na idade, Adão de Almeida, equivale a um “tambor vazio, as rádios Voz da Resistência 1 e 2, em Viana e no Rangel, estariam a destilar todo o ódio possível, com o tempero de analistas do costume que, sem mais nem menos, atirariam pedras e paus ao Governo que, mesmo com a sua vida sã e salva e tendo saído de casa para ir ao encontro dos microfones venenosos postos ao alcance de “jovens irresponsáveis” como dissera o Bispo de feliz memória, aquando da queda da antiga DNIC.
Vou esperar que, no fim do dia, pelo menos uma música do”renovado” MCLife, ou do meu antigo colega de turma no tempo ucaniano, autor do “Sei lá k uaué”, ou mesmo do “reverendo Brigadeiro 10 Pacotes pelo menos a elogiar o dedo do bandido que exprimiu o gatilho e felizmente tirou do caminho mais amigo do mal, como gostariam de ver e cantar.
Enquanto isto, aqui estou vou eu de coração quebrado, esperança mais do que a cantada pelo Don Kicas e reflexões intermináveis sobre uma sociedade de gente insensível, excessivamente politizada e que pensa em ganhos políticos em tudo. Tudo. Até mesmo ir ao acto de venda dos mayombolas do Manuel Luamba.
Doentes colectivos!
Por: VASCO DA GAMA