João Lourenço condena acção do grupo armado M23 no Congo
O Presidente da República angolana, João Manuel Gonçalves Lourenço, condenou esta terça-feira, 7 de Janeiro de 2025, a tomada de território no Kivu do Norte pelo grupo armado M23, que considerou uma “ação irresponsável” que compromete os esforços de pacificação na República Democrática do Congo (RDC).
Por: Redação
Segundo uma nota enviada à imprensa, João Lourenço, que tem sido mediador do conflito entre a Repúbluca Democrática do Congo e o Ruanda, critica a tomada do território de Masisi, na província do Kivu do Norte, pelos rebeldes do M23 (que o Governo congolês diz serem apoiados pelo Ruanda).
“Esta ação irresponsável compromete gravemente os esforços de pacificação do conflito prevalecente na região Leste da RDCongo e representa uma flagrante e inaceitável violação ao cessar-fogo que vigora desde 04 de Agosto de 2024”, escreve o chefe de Estado.
O Chefe do Executivo acrescenta que a ocupação deste território constitui igualmente uma violação da integridade territorial e soberania da RDC, estipulados no Ato Constitutivo da União Africana e da Carta das Nações Unidas.
Na segunda-feira, 6 de Janeiro, a União Europeia (UE) também condenou a ocupação da vila de Masisi e suas imediações pelo M23.
Desde novembro de 2021, o M23, um grupo armado apoiado por Kigali e pelo seu exército, apoderou-se de vastas extensões de território no leste da RDC.
A capital da província de Kivu do Norte, Goma, com mais de um milhão de habitantes e quase um milhão de deslocados de guerra amontoados em campos, está rodeada de rebeldes e unidades do exército ruandês.
Este grupo armado, formado por antigos altos responsáveis hutus do genocídio dos tutsis e hutus moderados no Ruanda em 1994, depois refugiados na RDC, constitui, aos olhos de Kigali, uma ameaça permanente.
João Lourenço, na qualidade de mediador indicado pela União Africana (UA), tem tentado alcançar um cessar-fogo, apelando ao diálogo entre as partes envolvidas e promovendo iniciativas para estabilizar a região dos Grandes Lagos, entre as quais o Processo de Luanda.
Desde 1998, o leste da República Democrática do Congo está mergulhado num conflito alimentado por mais de uma centena de grupos rebeldes e pelo exército.