Números alarmantes da cólera preocupam a ministra da Saúde

A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, afirmou, ontem, na província do Bengo, que o surto de cólera registado em várias cidades do país já afectou mais de 700 pessoas, com uma taxa de letalidade na ordem dos 2,3 por cento, acima do limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que deve ser inferior a 1 por cento.


Sílvia Lutucuta fez estas declarações no fim da visita efectuada ao Hospital Geral Reverendo Pereira Guilherme Inglês, ao Hospital Provincial do Bengo, Centro de Saúde do Panguila e ao bairro dos Paranhos, que até ao momento tem registado os casos mais graves da doença a nível da província do Bengo.

A governante explicou que só na última sexta-feira, o país registou cerca de 168 novos casos e isso preocupa muito as autoridades sanitárias. “Porque nós já estávamos a pensar que haveria redução de casos, mas, infelizmente, ainda estamos na curva ascendente”, disse.

Informou que o país, ainda assim, não atingiu o pico, mas ninguém quer também que a situação piore. “Portanto, temos de ser muito agressivos no combate desta doença para se evitar a propagação da epidemia”, ressaltou.

Sílvia Lutucuta apelou, por isso, à colaboração entre técnicos de Saúde, autoridades locais e a população, enfatizando que o cumprimento das medidas de prevenção pode ser decisivo para travar o avanço da doença.

Além disso, prosseguiu, há necessidade de intensificar as campanhas de sensibilização e de reforçar o fornecimento de kits de higiene e água potável nas zonas mais vulneráveis.

“Nós temos Luanda, onde o epicentro da doença é o município de Cacuaco. E agora temos a doença em outros municípios e nas províncias do Bengo, Malanje e no Huambo. E ontem recebemos, infelizmente, a notificação de novos casos na província da Huila”, acentuou.

Mercados apontados como focos da doença

Sílvia Lutucuta foi informada que a província do Bengo já registou até ao momento 97 casos, nove dos quais resultaram em óbito, 75 tiveram alta médica e 13 estão internados. O Centro de Tratamento da Cólera possui 41 camas para o internamento de pacientes com a doença.

Para a titular da pasta da Saúde, os mercados têm sido identificados como grandes focos de risco, devido ao manuseio inadequado de alimentos e à falta de condições sanitárias.

A ministra pediu aos administradores dos mercados do Quilometro 30, na província de Icolo e Bengo, e do Kicolo, em Luanda, para realizarem campanhas de limpeza de forma regular, a fim de travar o aumento do doença , porque nestes locais a circulação de pessoas é maior.

Segundo Sílvia Lutucta, cada caso positivo de cólera pode representar até 20 outros casos na comunidade. Por isso, é fundamental que a população esteja consciente da gravidade da doença e das formas de prevenção.

“Com os números a reflectirem a gravidade da situação, o Executivo vai continuar a trabalhar incansavelmente para controlar o surto e garantir melhorias na Saúde Pública do país”, assegurou preocupada a ministra da Saúde.

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