ESG EM ANGOLA: Líderes, especialistas e investidores debatem sobre “desafios e oportunidades para um futuro sustentável”

A Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Angola (CCIPA) organizou esta quinta-feira, no Hotel EPIC Sana, em Luanda, a conferência “ESG em Angola: Desafios e Oportunidades”, reunindo líderes do sector público e privado, especialistas e investidores para debater a importância da implementação de práticasAmbientais, Sociais e de Governança (ESG) no crescimento sustentável da economia angolana.
Por: Redação
O Presidente da CCIPA, João Luís Traça,destacou que o sucesso do evento reflecte o crescente compromisso das empresas e instituições com a agenda ESG em Angola, evidenciando a sua relevância para a “construção de um ambiente de negócios mais transparente, responsável e atractivo para investidores globais”.
Sublinhou o“papel fundamental da ENSA – Seguros de Angola e da KPMG, cujos contributos foram essenciais para o sucesso do encontro”, enfatizando que “o compromisso destas entidades com a sustentabilidade e a governança corporativa serve de referência para o sector empresarial angolano, impulsionando boas práticas e atraindo investimentos de longo prazo”.
Na sua intervenção, Sua Excelência a Presidente da ARSEG (Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros), Dra. Filomena Airosa Manjata, em representação de Sua Excelência a Ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, reafirmou o compromisso do Governo Angolano com políticas que promovam a transparência, a sustentabilidade e o crescimento económico responsável, destacando que “a integração dos princípios ESG ambientais, sociais e de governação nas estratégias de investimento e desenvolvimento não é apenas uma tendência global, mas uma necessidade urgente. Referindo que o “acordo entre Angola e a UE, focado na facilitação, com o objectivo de estimular investimentos estrangeiros necessários para alcançar os objectivos de desenvolvimento sustentável, representa um acto fundamental”.
Sobre os desafios da sustentabilidade para Angola e para o continente africano afirmou que “a descarbonização, é um dos pilares das metas climáticas globais, é tecnologicamente exigente e dispendiosa. Se não houver um apoio robusto ao financiamento em tecnologias limpas e no fortalecimento do capital humano, corre-se o risco de acentuar as desigualdades globais.”
Reforçando que “os mecanismos financeiros para impulsionar a transição precisam de ser não apenas acessíveis, mas também flexíveis para realidades diferentes (…) e que sejam estabelecidos instrumentos financeiros inovadores com obrigações sustentáveis e mecanismos de financiamento mistos”.
Seguiu-se a intervenção do Professor Bernardo Ivo Cruz, ex-Secretário de Estado do Governo de Portugal e responsável pela estratégia ESG do governo português, que apresentou uma visão abrangente sobre os desafios e benefícios da adopção de critérios ESG nas economias emergentes.