Analista alerta governo fortalecer fronteiras para travar suposto cenário de “absentismo” dos EUA em África

O analista consultado pelo Primeiro Impacto apelou o Governo angolano a fortalecer as suas fronteiras para travar suposto cenário de “absentismo” dos EUA em África.
Por: Albino Azer
Pedro Kaiala que analisava a matéria divulgada pela CEDESA, entidade que estuda assuntos de Angola, segundo a qual o país deve reforçar a sua unidade interna e segurança nacional para combater ameaças à estabilidade do Estado e às suas fronteiras, desse que o sistema de vigilância de Angola deve ser forte.
“O governo angolano deve, de qualquer das formas, fortalecer o sistema de controlo e de vigilância de entrada e saída dos estrangeiros em Angola, e sobretudo as nossas fronteiras devem ser mais fortes, devem colocar pessoas menos corruptas que velem pela legalidade de entrada dos estrangeiros que queiram visitar o nosso país”, apelou.
Num relatório do Centro de Estudos para o Desenvolvimento Económico e Social de África (CEDESA) que o PI teve acesso na última semana aponta-se que, com a chegada de Donald Trump à presidência dos EUA, “tudo descambou” e Angola está ausente do continente africano, assistindo-se a “um absentismo americano em África”, contrariamente ao que acontecia com a administração de Joe Biden, seu antecessor.
Pedro Kaiala disse que as migrações provocadas por alterações noutros países, como a República Democrática do Congo (RDC), colocarão pressões nas fronteiras angolanas. “ainda vamos assistir muitos conflitos, por causa dos recursos minerais, não só em Angola, mas também noutros países do continente berço (África) como já se vê na RDC e o M23, África do Sul e os Estados Unidos da América, por conta de um suposto anúncio que teria sido feito pelo presidente Sul Africano, Siril Ramaphosa que dava conta da existência de um medicamento que cura o HIV”, alertou.
O CEDESA lembra que o avanço das forças combinadas do movimento rebelde M23 e do Ruanda para a conquista de Goma e Kivu, no Leste da República Democrática do Congo (RDC), criando uma zona de intervenção manifestamente relevante, já ocorreu após a tomada de posse de Trump, “sedimentando a ideia que a ordem internacional mudou e as fronteiras podem ser mudadas”.
Na sua análise, o também académico, Pedro Kaiala, considera que, “Trump surge com um característica conflituosa contra os países africanos. E por conta disso vai criando fissuras nas fronteiras de Angola para facilitar a entrada dos estrangeiros no território”.