Presidente da União Africana participa na Reunião sobre Cólera em África

O Presidente da República da União Africana, João Lourenço, participou ao início da tarde de hoje numa reunião presidencial de emergência sobre a situação da cólera em África, iniciativa do Presidente da Zâmbia, Hakainde Hichilema, que é o campeão da União Africana para a Cólera.
Por: Redacção
A reunião de alto nível decorreu em formato virtual e foi organizada pela África-CDC, Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças, a agência de saúde pública da União Africana criada para reforçar as instituições de saúde no continente e para lidar com ameaças de doenças, divulgou a Presidência da República no Facebook.
O encontro serviu para fazer o ponto de situação do surto de cólera que atinge numerosos países de África na actualidade, com maior incidência em quatro nações, designadamente Sudão, Sudão do Sul, República Democrática do Congo e Angola.
Os vários Chefes de Estado que tomaram parte nos trabalhos, de entre eles Félix Tshisekedi, do Congo Democrático; Netumbo Ndaitwah, da Namíbia; John Dramani, do Ghana e Lazarus Chakwera, do Malawi, foram unânimes em admitir que o recrudescimento da cólera como epidemia em África é o resultado da falta de investimento, durante décadas, em infra-estruturas de saúde, água, saneamento e higiene e que o continente “não deve aceitar a cólera como algo normal”.
Na visão dos líderes reunidos hoje para debater o estado da cólera em África, é imperioso que o continente berço da Humanidade se dote de capacidade para acelerar a produção local de vacinas e suprimentos indispensáveis, porque este “não é mais o momento de se ficar à espera de ajudas externas”, disseram.
“A cólera é muito mais do que uma emergência sanitária”
O Presidente da União Africana, João Lourenço, o primeiro orador depois das palavras de boas-vindas de Mahmoud Yussuf, Presidente da Comissão da União Africana, considerou que “a cólera é muito mais do que uma emergência sanitária, representa um grande obstáculo ao nosso desenvolvimento económico, social e humano”.
O Chefe de Estado angolano apontou a cólera como sendo uma oportunidade ideal para “resolver antigos problemas estruturais através de soluções inovadoras e sustentáveis, investindo em infra-estruturas adequadas de água, saneamento e saúde pública, não apenas para salvar vidas mas também para gerar ganhos económicos e financeiros concretos, criando as bases sólidas para sociedades mais saudáveis, resilientes e prósperas”.
João Lourenço defendeu igualmente, a necessidade de se investir na produção de fármacos nos nossos países, afirmando que “para assegurar uma resposta robusta e sustentável a esta e futuras crises, é fundamental localizarmos a produção de medicamentos e vacinas no nosso continente. A dependência exclusiva de importações externas limita a nossa capacidade de resposta e compromete a nossa soberania sanitária”.
A reunião presidencial de emergência sobre a situação de cólera em África contou, também, com a participação do director Geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus.