UM PARTIDO REATIVO E NÃO PROATIVO
A UNITA desde os primórdios foi sempre proativa, desde o baptismo de fogo em Kasamba, o ataque à Vila de Teixeira de Sousa, a paralisação do CFB, a expansão da sua luta colonial à outros territórios e muito mais. Na II Revolução, a sua proatividade revelou-se logo no início, com a adopção da ‘Teoria dos grandes números’, tendo em conta a invasão russo-cubana, que exigia um sacrifício acima da média, com a necessidade da maximização numérica, de acções e a expansão em todo o território nacional, no fito de se dividir as atenções. Assim fez-se a luta fratricida com Suor e sangue jorrado pelos melhores filhos dessa pátria.
By: DK Tulumba
Fomos habituados, no tempo do tio Sá com a elaboração do plano de acção anual, aprovado no comité permanente e na I Reunião da Comissão política, no início de cada ano político. No mesmo, são delineadas as actividades, mensurado o tempo de execução e detalhados os respectivos executores. Assim, cada um sabia o que fazer, o país movia-se com a abertura do ano político, actividades do presidente, com visitas às províncias e respectivos municípios, as actividades dos Secretários provínciais, municipais, LIMA e JURA. Assim andava o nosso partido em todo país com acções mobilizadoras cumprindo assim com a teoria de ‘transformar o partido numa máquina eleitoral permanentemente’.
No início do mandato do atual presidente, houve o famigerado Plano Estratégico, que foi um blaff, que visou talvez abordar a questão da FPU e segundo os autores, projectar a liderança do grupo até 2030 ( de lembrar que até Nagrelha falava de continuar a cantar até 2030 mas por força maior do detentor das nossas vidas, não chegou lá), no fim a cabo em termos práticos nada de concreto no quesito engrandecimento do partido, aliás o mais prejudicado e vítima desse plano foi o próprio partido. Jorrou muito dinheiro, os patrocinadores queriam a todo custo ver a UNITA a sossobrar, a desaparecer no panorama nacional e internacional, contando com o beneplácito de muitos quadros periféricos e dirigentes.
Quem é que move o partido? É o presidente. A acção de presença do presidente nos municípios não deve ser no quadro da bancada parlamentar. Deve sim ser um plano elaborado pelo secretariado da presidência do partido, dando a conhecer as vice-presidencias, o secretário-geral e os secretariados provinciais e é assim que as coisas funcionam. O presidente do partido deve assumir de facto o leme do mesmo, acompanhar o funcionamento das estruturas centrais, das organizações de massa e a nível das províncias que mostram-se precárias e deveras preocupantes, o que exige de quem dirige uma maior atenção, responsabilidade, dedicação e tempo suficiente.
A sorte da oposição é o próprio MPLA, que está a ser consumido pela conjuntura, que é a crise económico-financeira que nos assola desde 2014, com sanções do Dóllar à mistura, porque o mesmo não criou estruturas sólidas para aguentar qualquer vendaval. Não apostou na agricultura no tempo do bum do petróleo, optando por festas, banquetes, viagens, gastos astronómicos, empresas fantasmas, funcionários fantasmas, em fim, uma total gestão casuística, que levará anos para uma recuperação. Urge mudarmos de paradigma. Os que dirigem o partido o fazem no sentido de ” é a nossa vez”, não com compromisso de honra visando o crescimento do mesmo e a assunção responsável do poder político. SALVEMOS A UNITA, NOSSA HERANÇA COMUM E INSTRUMENTO DE LUTA PARA O ALCANCE DO PODER POLÍTICO.