“Morte” do Nosso Super dá vida a lojas com outras insígnias

Nosso Super abriu a primeira loja ha 10 anos, sendo parte de um programa do governo de reestruturação do comércio a retalho no Pais. Não correu bem, só durou 6 anos até fechar os primeiros estabelecimentos. Hoje, o Grupo Carrinho, Hiper Mangolé e Pomobel estão a dar nova vida aos espaços.


Fonte: Expansão

As lojas Nosso Super, que vieram para modernizar o comércio a retalho em Angola, estão a ser substituidas por outras insignias, nomeadamente Mangole, Eskebra e Pomobel, que ja arrancaram com a reestruturação dos espaços e (re)abertura ao público. Entre as 24 lojas colocadas em concurso publico, 22 ja foram privatizadas, mas só 7 estão abertas, mais de dois anos depois do processo de privatização. O Instituto de gestão de Activos e Participações de Estado (IGAPE) não conseguiu proposta para todas as lojas no primeiro momento do processo de privatização. Na primeira fase foram apenas 15, em Junho de 2022, с em Setembro seguiram-se sendo que duas continuam a aguardar por interessados mais 7,

No global, a rede Nosso Super contava com 30 lojas, seis continuam a ser geridas pelo Grupo Zahara, que repassou por um contrato de arrendamento ao Grupo Carrinho.

Das reabertas, a marca Mangolé, do empresário António Soares, procedeu a abertura de duas lojas, em Luanda Sul e Cazenga, estando cinco por reabilitar e abrir ao público. Já a Pomobel, do empresário angolano Raul Mateus, voltou a dar vida a cinco lojas com novo nome estampado, faltando apenas Nosso Super do Ndalatando. (ver tabela).

A estas 7, juntam-se também lojas reabertas através do acordo entre o Grupo Zahara, que está em falëncia técnica e o grupo Carrinho, que funcionam agora com a marca Eskebra

De acordo com fonte do Grupo Carrinho as seis lojas, reabertas com a marca Eskebra, foi num ámbito de um acordo de arrendamento cujo limite é o periodo de exploração que o grupo Zahara tem com o IGAPE

“Poderá ser durante 7 anos, o periodo que provavelmente falta e vamos aguardar o que vira depois. Mas, nesta altura, estamos focados em abrir 250 lojas nos próximos cinco anos, queremos ter 100 lojas em Luanda, ja temos 14 lojas da marca na capital e mais uma em Benguela”, finalizou fonte.

A empresa Valoeste também está em via de “transaccionar as lojas que ganhou no concurso público do IGAPE “a uma rede de supermercado que ja opera no mercado nacional do retalho”, disse ao Expansão Carlos Cunha, empresário que é dono da Valoeste Empreendimentos e Representações, Ltda.

“Estamos na fase final de negociação com esta entidade que vai assumir a gestão das nossas lojas. Por isso não dá para avançar mais detalhes”, conciuiu o empresário que tinha adiantado em Dezembro de 2023 ao Expansão que iria abrir a loja com a marca Valoeste, o que não veio a acontecer.

Segundo Carlos Cunha, que está a fazer a reestruturação das lojas, os activos foram encontrados num estado de degradação pior do que esperavam e observaram na altura das candidaturas, o que obrigaria a maiores investimentos para a recuperação dos supermercados.

Se por um lado sabe-se que os quatro Nosso Super, que ficaram sobre a gestão e exploração dos empresários Carlos Cunha têm um destino alinhado, o mesmo não se pode dizer da empresa Dilong-Agro Comércio e Distribuição que ficou com a loja de Cabinda

Ao que o Expansão apurou junto da fonte da empresa, a firma faliu e encerrou toda actividade empresarial em 2023, um ano após ter ganho o concurso de público de adjudicação do Nosso Super de Cabinda. Não se sabe qual o destino será dado ao supermercado da rede na provincia mais ao norte do Pais

lá os supermercados que ficaram sob a gestão da empresa Anil, Ltda. pertencente a José Maria Cruz do Vale e da empresa Mais Valor com sede no Moçamedes, pertencente ao Alfredo do Rosário Capitamolo, o Expansão não conseguiu apurar o estado dos empreendimentos.

Entretanto, a loja do Nosso Super do Sambizanga, que foi entregue a empresa Anil continua sem sinais de reabertura, estando a degradar-se dia após dia.

História dum programa fracassado

A rede de lojas Nosso Super, juntamente com as lojas Palmas, Nossa Quitanda e Paparocas e Poupa Lá fazer fazem parte de um ampio programa de modernizar do comércio de retalho em Angola. Contemplava a construção de mercados abastecedores em quase todas as capitais provinciais.

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