Os promotores de tensões e conflitos em África devem ser responsabilizados e penalizados com “sanções pesadas”, defende João Lourenço

Os promotores de tensões e conflitos em África devem ser desencorajados, responsabilizados e penalizados com “sanções pesadas”, defendeu, esta quinta-feira, em Adis Abeba, o Presidente da União Africana, João Lourenço.
“Esta questão deve merecer uma reflexão mais exaustiva por parte desta Comissão, de modo a que se confira ao Conselho de Paz e Segurança um papel fundamental na acção que deverá desenvolver, no sentido de prevenir e resolver os conflitos que prevalecem no continente africano”, declarou João Lourenço ao discursar no acto de troca de pastas dos novos membros da Comissão da União Africana, que decorreu na sede da organização.
No entender do líder da União Africana, o que está em causa é a necessidade da criação de uma arquitectura sólida de paz e segurança que constitui, hoje, uma das grandes preocupações do continente.
“Devíamos sentir-nos envergonhados com o facto de instituições externas a África, como a União Europeia ou o Conselho de Segurança das Nações Unidas serem às vezes mais rigorosas, exigentes e contundentes nas suas posições do que nós próprios no tratamento dos conflitos que se desenrolam no nosso próprio continente”, sublinhou.
Por outro lado, o estadista angolano considerou, também, “útil” realizar-se uma ampla conferência reservada apenas à análise dos conflitos em África, cujo foco principal deverá centrar-se na questão da paz como um bem obrigatório e indeclinável para os povos do continente.