JOAQUIM NAFOIA DIZ QUE DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DE LUANDA INDICIA QUE MPLA QUER CONTINUAR NO PODER
O deputado pela bancada parlamentar da UNITA Joaquim Nafoia diz que as decisões tomadas na última reunião do Bureau Político do MPLA, refletidas no comunicado final de 21 de Junho do corrente ano, demonstram a forma banal e esquizofrénica como este partido aborda os assuntos do país.
POR: Horibio Fernando
Para o parlamentar o MPLA não pensa o país, pensa apenas e só no partido. O MPLA não pensa no povo angolano, pensa apenas na manutenção do poder a todo custo, nos seus militantes e amigos.
Ignorando o Estado Democrático de Direito plasmado e assente na Constituição da República de Angola em abono das populações e do seu bem-estar, o regime sempre agiu assim, age assim e acha que deve continuar a desfeitear o país baseando-se em actos e leis irracionais.
DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DE LUANDA
Ao pretender dividir a cidade de Luanda com espírito de discriminação social e menosprezo dos cidadãos que vivem na zona periférica, tendo em vista o assalto às eleições gerais de 2027, o MPLA pensa que esse povo é mentecapto e acéfalo, tomando-o como maleável ao seu domínio e manipulação.
Ademais, esta pretensão de divisão político-administrativa de Luanda resultaria numa completa descaracterização da capital política do País, o que, por si só, daria azo e justificaria futuras demandas para a sua remoção e transferência para uma outra província.
Do meu ponto de vista, felizmente, a acontecer uma transferência da capital angolana, o lugar melhor posicionado deve ser a Comuna do Alto Hama, Município do Londuimbale, Província do Huambo, por ser o centro e ponto de interceção ou convergência das principais vias de comunicação do país.
Nesta conformidade, é prudente que o Orçamento Geral do Estado de 2025, venha a conter a verba para preparação e início da construção da cidade que albergará a nova capital política da República de Angola.
Outrossim, nas eleições gerais realizadas em 2022, o MPLA usou o Ministério das Finanças como um gabinete financeiro seu, transformando o Orçamento Geral do Estado em caixa de tesouraria do qual extraiu o equivalente a mais de Dois Biliões de dólares americanos (2.000.000.000,00) para a sua campanha e outros fins inconfessos.
DESVIO DO ERÁRIO PARA SERVIR O PARTIDO MPLA
Durante o período da campanha eleitoral todas as instituições do Estado angolano com o sector de defesa e segurança incluído, algumas fundações, organizações filantrópicas e seitas religiosas foram tomadas e transformadas em simples comités de acção do MPLA.
AS AUTARQUIAS PODEM MUDAR O QUADRO POLÍTICO
Portanto, como se vê, a nefasta e desastrosa ideia de divisão da Província de Luanda enquadra-se no modelo padrão de definhamento das Instituições do Estado que vem sendo prosseguido pelo regime com o objectivo de controlar e desviar o erário público para servir o Partido e, concomitantemente, a manutenção do poder, a qualquer preço, pelo MPLA:
1. Nomear dois (2) primeiros secretários do partido – para com a capa de governadores provinciais terem acesso ao erário público e desvia-lo para acções de reconstituição e reforço das estruturas partidárias, bem como o aliciamento de eleitores;
2. Criar duas delegações do SINFO com o objectivo de reforçar o controlo dos cidadãos opositores ao regime;
3. Criar dois Gabinetes Provinciais de Acção Psicológica com a missão de coagir, alienar e comprar militantes confusos da UNITA e activistas cívicos;
4. Reforçar a repressão e o Estado policial com a criação de mais dois Comandos provinciais da Polícia Nacional;
5. Formatar e replicar as antenas da RNA, Angop e Jornal de Angola com o objectivo de disseminar a propaganda de ódio, medo e manipulação de consciências;
6. Infernizar a vida dos cidadãos que trabalham no mercado da economia formal;
7. Confundir, baralhar e deslocalizar os eleitores;
8. Distrair os cidadãos com a gestão de falsas expectativas.
Resumindo, a proposta de divisão político-administrativa da Província de Luanda reflecte o estado de desvario do regime que caminha a passos largos e acelerados para o abismo. De facto, a acção de desespero tornou o regime e o seu grupo sectário desprovido de capacidade de raciocínio, levando-os a laborar em erros constantes e permanentes.
Na realidade, não conseguem atinar que a solução do país passa pela alternância política e a realização das autarquias locais.