ELEIÇÕES EM FRANÇA: AGRICULTORES DEPENDENTES DA EUROPA MAS TENTADOS PELA EXTREMA-DIREITA

Para além do seu trabalho, os agricultores que encontrámos partilham o sentimento de uma grande parte do mundo rural de que foram “esquecidos” e “abandonados” pelos políticos e pelas autoridades.

Embora a extrema-direita tenha obtido uma larga maioria nas zonas rurais francesas nas eleições europeias de 9 de junho, os agricultores franceses não foram os seus principais apoiantes. Alguns sentem-se tentados por este voto, mas outros duvidam da capacidade do Rassemblement National (RN) para os defender. E a ajuda europeia, embora depreciada, é essencial para a sua sobrevivência.

À entrada de Braslou, uma aldeia de 315 habitantes no sul de Touraine, a placa que indica o nome da comuna continua de pernas para o ar desde a revolta dos agricultores nos campos franceses e europeus, no início deste ano. Uma forma de mostrar que “estamos a andar de cabeça para baixo”, explica um dos que participaram nesta “reviravolta ” aqui e nas aldeias vizinhas.

Mathieu é um produtor de cereais que substituiu o pai à frente de uma exploração agrícola bastante grande, com 270 hectares. É um dos cerca de dez agricultores da comuna e gere também uma empresa de máquinas agrícolas que trabalha para outras explorações. É membro do sindicato dos Jovens Agricultores (JA), próximo da FNSEA, que é maioritária. Politicamente, identifica-se com o Rassemblement National (RN) de Marine Le Pen e Jordan Bardella.

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