Os motivos da discórdia na UNITA

De forma patriótica e militante o Presidente Fundador do Partido em função dos erros cometidos durante o conflito armado, olhando para as suas responsabilidades enquanto número um na dianteira da coluna, por ocasião da XVI Conferência Anual do Partido realizada nas matas do Leste de Angola no ano de 2001, introduziu no vocabulário político da UNITA o termo passivo.


Por: Filipe Mendonça

O PASSIVO na visão do Velho Jonas compreendia:

1. O julgamento precipitado, um dos motivos que concorreu para o desaparecimento de muitos companheiros sem causa justificável na luta;

2. O afastamento de diversos quadros das estruturas da revolução através de intrigas; 3. O esbanjamento de meios na retaguarda enquanto os soldados passavam mal nas frentes de combate enfim…. Avaliado o cenário, como forma de salvar o Partido, o Dr. Savimbi sentiu-se na necessidade de chamar para si enquanto líder da Organização, todos estes erros (PASSIVO) como forma de salvar o Partido da encruzilhada em que se encontrava. Até as sentenças que eram decretadas por muitos mais velhos que hoje fazem e desfazem na actual Direcção, o Dr. Savimbi tratou de assumi-las para ver o Partido unido na prossecução da sua missão histórica, o que nos valeu depois de alcançada a paz aos 04/04/2002 a continuação da revolução.

Chegados até aqui, as novas lideranças precisam de perceber que enquanto humanos estam e estarão sempre susceptíveis a errar. Porém, o importante é sempre olharem para o interesse maior da organização que os deve levar quando acontecer, a reinventarem-se e através do diálogo franco e aberto tendo em conta os três métodos de trabalho ( CENTRALISMO DEMOCRÁTICO, DIRECÇÃO COLECTIVA E CRÍTICA E AUTO-CRÍTICA), estabeler pontes que nos levem a reconstruir a unidade de propó­sito.

Os problemas que vivemos hoje no Partido assentam em duas contradições fundamentais:

1- Os inimigos internos do Dr. Savimbi que procuram vingar-se por causa dos erros da história pois não existe revolução sem PASSIVO;

2- A aliança que a actual Direcção fez com os Marimbondos ou membros do MPLA com o fito de descaracterizar a essência da UNITA. A MAIOR TRAIÇÃO DE TODOS OS TEMPOS.

É essencialmente este o problema. A actual liderança ( ACJ), para execução desse desiderato semeia no seio do Partido o ambiente de divisões, acusando os que se opõem aos dois pontos acima mencionados de estarem em colaboração com o MPLA que por outro lado serve para atirar areia aos olhos dos militantes e a sociedade. Não há nenhum suspenso, expulso ou suspeito pela actual Direcção que colabora ou recebe dinheiro do MPLA. Pelo contrario, esta coligação constituida por gente traidora aos interesses dos pobres pois eles foram vistos a receber dinheiro nas termicas ou em malas vindas de Dubai em troca das actas eleitorais nas eleições de Agosto de 2022.

Não haverá vitória em momento algum passando por cima da memória do Dr. Savimbi, assim como não haverá vitória a continuarem na lógica das divisões ou os Marimbondos fazerem da UNITA o seu cajado para a reassunção do poder, assunção de poderes pelo grupo deles e/ou fazer desaparecer a alma da UNITA.
Haja coragem em nome da unidade do Partido. Ninguém vai ser perseguido.

SOMOS OS MESMOS DE MUANGAI.

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